São Paulo, domingo, 23 de abril de 2006

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FILMES

TV ABERTA

"Um Lugar ao Sol" faz elogio ao delírio da paixão

Entrando numa Fria
Globo, 13h05.   

(Meet the Parents). EUA, 2000, 108 min. Direção: Jay Roach. Com Robert de Niro. Completamente apaixonado, Ben Stiller topa conhecer o pai de sua amada. Só que, nesta comédia, o pai é um paranóico e decide dificultar-lhe a vida.

Justiça Vermelha
Record, 20h30.  

(Red Corner). EUA, 1997, 119 min. Direção: Jon Avnet. Com Richard Gere. Em viagem à China, para fechar um contrato, o advogado Gere é pego numa armadilha: dorme ao lado de uma bela jovem chinesa e acorda ao lado do cadáver da bela jovem chinesa.

O Demolidor
SBT, 21h.  

(Demolition Man). EUA, 1993, 115 min. Direção: Marco Brambilla. Com Sylvester Stallone. Stallone é o tira que, por seus hábitos brutais, vai para a geladeira (é congelado até o ano 2032); um criminoso tem o mesmo destino. No futuro, eles tratarão de acertar contas.

No Corredor da Morte
Globo, 23h35.  

(Half Past Dead). EUA, 2002, 98 min. Direção: Doon Michael Paul. Com Steven Seagal. Tira em ação, Seagal vai para a cadeia, a fim de investigar um perigoso gângster. Mas os acontecimentos o levam em outra direção, quando um condenado à morte é salvo por um assistente da promotoria. Muita intriga, mas intriga pobre. Seagal é que é chamado a salvar os móveis. Inédito.

A Voz do Silêncio
Bandeirantes, 1h.   

(Amazing Grace and Chuck). EUA, 1987, 115 min. Direção: Mike Newell. Com Jamie Lee Curtis. Após visitar instalação nuclear, jovem esportista decide parar de jogar como forma de protesto contra as bombas atômicas. Sua atitude repercutirá.

Solaris
Globo, 1h20.    

(Solaris). EUA, 2002, 99 min. Direção: Steven Soderbergh. Com George Clooney. Estranha ficção científica sobre um astronauta psicólogo que, não tendo superado a morte de sua mulher, Rheya, encontrará uma outra Rheya, o que o atormentará ainda mais.

O Gosto Amargo da Vingança
SBT, 2h.  

(Bittersweet). EUA,1998, 98 min. Direção: Luca Bervovici. Com Angie Everhart. Garota que passa algum tempo na cadeia, por obra de seu namorado gângster, ao sair jura vingança. Um policial dispõe-se a ajudá-la. Mas para obter esse auxílio ela vai ter que ajudar na captura do chefão do antigo namorado.

A Vingança dos Nerds 3 - A Nova Geração
Globo, 3h.   

(The Revenge of the Nerds 3: The Next Generation). EUA, 1992. Direção: Roland Mesa. Com Robert Carradine. Agora os rebentos dos velhos nerds estão às voltas com os baderneiros.

Um Lugar ao Sol
SBT, 3h45.     

(A Place in the Sun). EUA, 1951, 122 min. Direção: George Stevens. Com Montgomery Clift, Elizabeth Taylo. Um elogio ao delírio da paixão, o filme conta a história de amor entre dois jovens de classes sociais distintas, Clift e Taylor. O problema é que, para ficar com ela, Clift dispõe-se a matar sua garota. Desfecho trágico por mais de um motivo para esta adaptação de "Uma Tragédia Americana", de Th. Dreiser. Stevens, que sofreu muito com filmes de prestígio, aqui encontra um ponto de equilíbrio entre a produção e a leveza. Clássico. P&B. (IA)

TV PAGA

Mazzaropi continua a ser o signo de nosso atraso

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Na bagunça crítica em que vivemos, não há impostura que não tente emplacar -e emplaca. Nos últimos tempos existe uma moda Mazzaropi que se sustenta sobre o interesse, digamos, sociológico que o personagem do Jeca desempenhado por Mazzaropi desperta.
É claro que não pode ser menosprezado. E Mazzaropi, embora um comediante limitado (fez a mesma coisa a vida inteira), tinha a virtude de perceber com precisão o que seu público queria ver. Sabia que repetir-se era inteligente, do ponto de vista comercial. É improvável que, se necessário, fosse capaz de criar outro tipo.
Mazzaropi, de "O Jeca contra o Capeta" (Canal Brasil, 13h35), é mais um produto do momento de êxodo rural do que seu intérprete. Mas seu carisma era inegável: bastava entrar em cena para o público no cinema parar de conversar, para que o ruído das pessoas comendo pipoca cessasse, substituído por risadas.
Por que então este "revival"? Ele é autorizado, em grande parte, pelas nossas pretensões industriais. Ele faria o "cinema indústria", isto é, que dá dinheiro. Ele fazia dinheiro, é fato, com uma regularidade que ninguém manteve no Brasil por tanto tempo.
Mas indústria? Ah, não mesmo. Mazzaropi mantinha seu parque de luz e câmera parado por todo o ano, com exceção do momento em que fazia o seu filme. Sabia controlar a distribuição (e fiscalização de bilheteria) como ninguém. Mas nunca capitalizou o seu sucesso e foi melhor assim, pois não tinha cabeça para isso.
Mazzaropi é muito mais um sinal do atraso brasileiro -e nesse sentido é que precisa ser compreendido- do que outra coisa. Nossos sonhos industriais, nesse sentido, estão à altura dele: são mazzaropianos pela irrelevância, por apelarem à sorte mais do que à estratégia e à reflexão. Não pelo sucesso.


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