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FILMES
TV ABERTA
"Um Lugar ao Sol" faz elogio ao delírio da paixão
Entrando numa Fria
Globo, 13h05.
(Meet the Parents). EUA, 2000, 108 min.
Direção: Jay Roach. Com Robert de Niro.
Completamente apaixonado, Ben Stiller
topa conhecer o pai de sua amada. Só
que, nesta comédia, o pai é um
paranóico e decide dificultar-lhe a vida.
Justiça Vermelha
Record, 20h30.
(Red Corner). EUA, 1997, 119 min.
Direção: Jon Avnet. Com Richard Gere.
Em viagem à China, para fechar um
contrato, o advogado Gere é pego numa
armadilha: dorme ao lado de uma bela
jovem chinesa e acorda ao lado do
cadáver da bela jovem chinesa.
O Demolidor
SBT, 21h.
(Demolition Man). EUA, 1993, 115 min.
Direção: Marco Brambilla. Com Sylvester
Stallone. Stallone é o tira que, por seus
hábitos brutais, vai para a geladeira (é
congelado até o ano 2032); um
criminoso tem o mesmo destino. No
futuro, eles tratarão de acertar contas.
No Corredor da Morte
Globo, 23h35.
(Half Past Dead). EUA, 2002, 98 min.
Direção: Doon Michael Paul. Com Steven
Seagal. Tira em ação, Seagal vai para a
cadeia, a fim de investigar um perigoso
gângster. Mas os acontecimentos o
levam em outra direção, quando um
condenado à morte é salvo por um
assistente da promotoria. Muita intriga,
mas intriga pobre. Seagal é que é
chamado a salvar os móveis. Inédito.
A Voz do Silêncio
Bandeirantes, 1h.
(Amazing Grace and Chuck). EUA, 1987,
115 min. Direção: Mike Newell. Com
Jamie Lee Curtis. Após visitar instalação
nuclear, jovem esportista decide parar
de jogar como forma de protesto contra
as bombas atômicas. Sua atitude
repercutirá.
Solaris
Globo, 1h20.
(Solaris). EUA, 2002, 99 min. Direção:
Steven Soderbergh. Com George
Clooney. Estranha ficção científica sobre
um astronauta psicólogo que, não tendo
superado a morte de sua mulher, Rheya,
encontrará uma outra Rheya, o que o
atormentará ainda mais.
O Gosto Amargo da Vingança
SBT, 2h.
(Bittersweet). EUA,1998, 98 min.
Direção: Luca Bervovici. Com Angie
Everhart. Garota que passa algum tempo
na cadeia, por obra de seu namorado
gângster, ao sair jura vingança. Um
policial dispõe-se a ajudá-la. Mas para
obter esse auxílio ela vai ter que ajudar
na captura do chefão do antigo
namorado.
A Vingança dos Nerds 3 - A Nova Geração
Globo, 3h.
(The Revenge of the Nerds 3: The Next
Generation). EUA, 1992. Direção: Roland
Mesa. Com Robert Carradine. Agora os
rebentos dos velhos nerds estão às voltas
com os baderneiros.
Um Lugar ao Sol
SBT, 3h45.
(A Place in the Sun). EUA, 1951, 122 min.
Direção: George Stevens. Com
Montgomery Clift, Elizabeth Taylo. Um
elogio ao delírio da paixão, o filme conta
a história de amor entre dois jovens de
classes sociais distintas, Clift e Taylor. O
problema é que, para ficar com ela, Clift
dispõe-se a matar sua garota. Desfecho
trágico por mais de um motivo para esta
adaptação de "Uma Tragédia
Americana", de Th. Dreiser. Stevens, que
sofreu muito com filmes de prestígio,
aqui encontra um ponto de equilíbrio
entre a produção e a leveza. Clássico.
P&B.
(IA)
TV PAGA
Mazzaropi continua a ser o signo de nosso atraso
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Na bagunça crítica em que vivemos, não há impostura que não
tente emplacar -e emplaca. Nos
últimos tempos existe uma moda
Mazzaropi que se sustenta sobre o
interesse, digamos, sociológico
que o personagem do Jeca desempenhado por Mazzaropi desperta.
É claro que não pode ser menosprezado. E Mazzaropi, embora um comediante limitado (fez a
mesma coisa a vida inteira), tinha
a virtude de perceber com precisão o que seu público queria ver.
Sabia que repetir-se era inteligente, do ponto de vista comercial. É
improvável que, se necessário,
fosse capaz de criar outro tipo.
Mazzaropi, de "O Jeca contra o
Capeta" (Canal Brasil, 13h35), é
mais um produto do momento de
êxodo rural do que seu intérprete.
Mas seu carisma era inegável: bastava entrar em cena para o público no cinema parar de conversar,
para que o ruído das pessoas comendo pipoca cessasse, substituído por risadas.
Por que então este "revival"? Ele
é autorizado, em grande parte,
pelas nossas pretensões industriais. Ele faria o "cinema indústria", isto é, que dá dinheiro. Ele
fazia dinheiro, é fato, com uma regularidade que ninguém manteve
no Brasil por tanto tempo.
Mas indústria? Ah, não mesmo.
Mazzaropi mantinha seu parque
de luz e câmera parado por todo o
ano, com exceção do momento
em que fazia o seu filme. Sabia
controlar a distribuição (e fiscalização de bilheteria) como ninguém. Mas nunca capitalizou o
seu sucesso e foi melhor assim,
pois não tinha cabeça para isso.
Mazzaropi é muito mais um sinal do atraso brasileiro -e nesse
sentido é que precisa ser compreendido- do que outra coisa.
Nossos sonhos industriais, nesse
sentido, estão à altura dele: são
mazzaropianos pela irrelevância,
por apelarem à sorte mais do que
à estratégia e à reflexão. Não pelo
sucesso.
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