BRUNA BITTENCOURT
DA REPORTAGEM LOCAL

No Brasil, "Alice no País das Maravilhas" chegou primeiro em versão pirata do que em salas de cinema, seguindo um fluxo já quase tradicional no lançamento dos blockbusters estrangeiros.
Na última terça-feira, o DVD não oficial do longa de Tim Burton já era encontrado por R$ 5 e até R$ 3 (sem a capa de papel) na região da Santa Efigênia, no centro de São Paulo. Pelos mesmos R$ 3, o filme era vendido com capa na rua 25 de Março, onde começou a ser comercializado na segunda-feira. Já na galeria de estandes na esquina da avenida Paulista com a rua Pamplona, o DVD era encontrado com facilidade por R$ 8 no início da semana.
Na internet, o filme é o quarto mais popular no site de downloads Pirate Bay.
Segundo a APCM (Associação Antipirataria de Cinema e Música), 59% dos DVDs comercializados hoje no país não são originais. A cópia de filmes piratas (39%) e o download (38%) são os grandes responsáveis pelas perdas da indústria de cinema no Brasil.
A cópia de filmes é hoje superior à de CDs, como aponta dados da associação. Entre 2008 e 2009, a apreensão de DVDs piratas de filmes cresceu em 48%. Já a de CDs, apenas 2%.
Os números refletem que a pirataria de álbuns de música no Brasil vem se concentrando nos downloads. Como baixar um filme da internet é mais trabalhoso, pois demanda maior tempo de download e uma conexão em banda larga, as bancas de camelôs se tornam atrativas pela suposta praticidade.
Além disso, houve uma queda nos preços dos aparelhos de reprodução de DVDs nos últimos anos no país.
Enquanto isso, "Chico Xavier - O Filme", sucesso de bilheterias nacional, também é encontrado nas bancas em versão filmada da tela do cinema.


Texto Anterior: Crítica/"Alice no País das Maravilhas": Moralista, "Alice" de Burton decepciona por pouca imaginação
Próximo Texto: Versão da história para o iPad pode frustrar os adultos
Índice