Sonic Youth, 19, retoma o "radicalismo" em "NYC Ghosts & Flowers"

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

Profissionais do undergound, os "garotos" do Sonic Youth coroam 19 anos de existência da banda com "NYC Ghosts & Flowers". Egresso da "no wave" -a onda nenhuma, de punks apaixonados por distorção que (dis)torciam o nariz para as cores pop da new wave-, o grupo leva firmes as disposições ao experimentalismo e ao submundo.
O CD bate em cheio em dois clichês. Abusar das já bem conhecidas distorções à Sonic Youth é ainda ser experimental ou já é convenção? Explorar nas letras a marginália nova-iorquina é ainda ser underground ou essa suposta cidade-cão virou conversa mole?
Vem daí o Sonic -talvez a mais inteligente e completa banda de rock em atividade- tentando soar radical, "difícil", "complexo", "fechado às concessões".
Todos os imensos segmentos de barulheira urbana e de letras pesadas soam renitentes, redundantes. Quem procurar melodias vai achar rudimentos em "Free City Rhymes", "Renegade Princess" e "Nevermind (What Was It Anyway)", bem as três que abrem o CD -até os "sub" precisam convencer nas primeiras impressões.
O resto apela à masturbação regressiva. Chavões dirão que desistiram das facilidades (leia-se as lindas melodias de "Washing Machine", de 95, e "A Thousand Leaves", de 98) em prol do radicalismo, mas alguém acredita nisso?

NYC Ghosts & Flowers
  
Grupo: Sonic Youth
Lançamento: Geffen (importado)
Quanto: R$ 35, em média