LEANDRO FORTINO
EDITOR-ASSISTENTE DA ILUSTRADA

Em época de vacas magras no que diz respeito a bons lançamentos de rock, ouvir o segundo CD do grupo londrino Elastica, "The Menace", é só alegria. Alegria nostálgica. Se a banda não traz nada de novo ao estilo, pelo menos bebe numa fonte de prestígio: a do som produzido por bandas do pós-punk britânico do final dos anos 70, mais precisamente Wire, Stranglers e Fall.
Em meio a mudanças na formação, desentendimentos amorosos da vocalista Justine Frischmann e troca de gravadora, o Elastica levou cinco anos para colocar nas lojas inglesas este disco.
Do Wire, o grupo empresta a acidez dos riffs de guitarra, como na explosiva "Generator" e na faixa de abertura, "Mad Dog God Dam", que mistura latidos e batidas eletrônicos e backing vocals gritados.
Dos Stranglers, o grupo toma os teclados, que imprimem certa paranóia a "The Menace", como na excelente "How He Wrote Elastica Man". A música traz a participação de Mark E. Smith, o debochado vocalista do The Fall.
O Elastica encerra o disco confirmando suas influências: faz o hit "Da Da Da", do alemão Trio, com a mesma base eletrônica que consagrou a faixa em 82. Quem procura originalidade talvez torça o nariz. Mas, na atual situação do rock, não vai ter o que ouvir.

The Menace
   
Grupo: Elastica
Lançamento: Deceptive Records/EMI (importado)
Quanto: R$ 53, em média