São Paulo, sábado, 23 de maio de 1998

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Café e goiabada levantam vôo

especial para a Folha, em Teresópolis

Ontem, a seleção brasileira foi recebida na França com um almoço que retrata bem a base do cardápio que irá degustar em Lésigny, cidade onde a delegação ficará concentrada durante a Copa.
Peito de frango grelhado e medalhão de filé mignon, acompanhados de arroz, feijão e salada foram os pratos preparados por Celso Fidelis, cozinheiro da seleção, no Château de Grande Romaine, quartel-general do time. Apenas a torta de maçã homenageou a gastronomia francesa.
Farinha de mandioca, carne seca, feijão e café viajaram junto com a seleção brasileira para a França.
Com mais de 260 kg de alimentos brasileiros na bagagem, Fidelis vai manter o esquema tático "um, dois, feijão com arroz". Estes alimentos não saem das duas principais refeições dos atletas.
O cardápio da seleção na França, elaborado por Fidelis e pelo médico da seleção, Joaquim da Matta, inclui café da manhã, almoço, jantar e um lanche às 22h30.
A idéia é manter a mesma alimentação que a seleção teve no Brasil, quando estava concentrada em Teresópolis (RJ). "Continuarei com meu tempero (alho, cebola e caldo de carne), sem pimenta e fazendo pratos com pouca gordura", sintetiza Fidelis.
A salada com vários legumes e verduras também é permanente no almoço e no jantar. Duas opções de carne (branca e vermelha) se alternam todos os dias, assim como sobremesas, à base de frutas, pudins e gelatina.
O cozinheiro, que acompanha a seleção há três anos, embarcou na última segunda-feira com 100 kg de feijão, 50 kg de farinha de mandioca, 50 kg de café em pó e 50 kg de carne seca, além de 50 latas de goiabada cascão (250 g cada) e dez caixas de guaraná em lata.
"São produtos difíceis de encontrar na Europa", justifica Carlos Alberto da Luz, administrador da seleção, que acredita desta vez não ter problemas com a alfândega francesa, menos exigente que a americana.
Crise da feijoada
Em 94, mesmo com autorização prévia, os EUA apreenderam por 18 dias 650 quilos de carne, entre linguiça, paio e toicinho, que estavam na bagagem da seleção brasileira rumo à Copa naquele ano.
Desta vez, mesmo com cardápio mais leve, a proibição de fazer feijoada não parece tão rígida.
Na última Copa, a crise culminou com a demissão da nutricionista Patricia Bertolucci, contrária à refeição que acabou sendo mantida no cardápio. "Acho que será possivel fazermos uma feijoada na França", arrisca Luz. (CC)



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