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Café e goiabada levantam vôo
especial para a Folha, em Teresópolis
Ontem, a seleção brasileira foi
recebida na França com um almoço que retrata bem a base do cardápio que irá degustar em Lésigny, cidade onde a delegação ficará concentrada durante a Copa.
Peito de frango grelhado e medalhão de filé mignon, acompanhados de arroz, feijão e salada foram
os pratos preparados por Celso Fidelis, cozinheiro da seleção, no
Château de Grande Romaine,
quartel-general do time. Apenas a
torta de maçã homenageou a gastronomia francesa.
Farinha de mandioca, carne seca, feijão e café viajaram junto
com a seleção brasileira para a
França.
Com mais de 260 kg de alimentos brasileiros na bagagem, Fidelis
vai manter o esquema tático "um,
dois, feijão com arroz". Estes alimentos não saem das duas principais refeições dos atletas.
O cardápio da seleção na França,
elaborado por Fidelis e pelo médico da seleção, Joaquim da Matta,
inclui café da manhã, almoço, jantar e um lanche às 22h30.
A idéia é manter a mesma alimentação que a seleção teve no
Brasil, quando estava concentrada
em Teresópolis (RJ). "Continuarei com meu tempero (alho, cebola e caldo de carne), sem pimenta e
fazendo pratos com pouca gordura", sintetiza Fidelis.
A salada com vários legumes e
verduras também é permanente
no almoço e no jantar. Duas opções de carne (branca e vermelha)
se alternam todos os dias, assim
como sobremesas, à base de frutas, pudins e gelatina.
O cozinheiro, que acompanha a
seleção há três anos, embarcou na
última segunda-feira com 100 kg
de feijão, 50 kg de farinha de mandioca, 50 kg de café em pó e 50 kg
de carne seca, além de 50 latas de
goiabada cascão (250 g cada) e dez
caixas de guaraná em lata.
"São produtos difíceis de encontrar na Europa", justifica Carlos Alberto da Luz, administrador
da seleção, que acredita desta vez
não ter problemas com a alfândega francesa, menos exigente que a
americana.
Crise da feijoada
Em 94, mesmo com autorização
prévia, os EUA apreenderam por
18 dias 650 quilos de carne, entre
linguiça, paio e toicinho, que estavam na bagagem da seleção brasileira rumo à Copa naquele ano.
Desta vez, mesmo com cardápio
mais leve, a proibição de fazer feijoada não parece tão rígida.
Na última Copa, a crise culminou com a demissão da nutricionista Patricia Bertolucci, contrária
à refeição que acabou sendo mantida no cardápio. "Acho que será
possivel fazermos uma feijoada na
França", arrisca Luz.
(CC)
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