JOSIMAR MELO
COLUNISTA DA FOLHA

Pequeno e elegante , misturando um ar de velho e de novo, distinto, mas sem afetação, o Brasserie Paulistta, apesar da cafonice da letra dupla no nome e do fato de ser mais bistrô que brasserie, parece uma fórmula fadada ao sucesso, já que ao lado desses fatores se soma outro, nada desimportante, de que tem uma cozinha bem cuidada e preços nada assustadores.
Fica bem localizado, nos Jardins, e pode ser facilmente reconhecido pela cenografia externa que evoca a dos cafés parisienses -um toldo verde com o nome da casa e, sob ele, mesinhas ladeadas por cadeiras de palhinha. Como os cafés franceses, a Brasserie Paulistta fica aberta entre o almoço e o jantar e, durante a tarde, serve chás, sanduíches, bebidas que, assim como as refeições, podem ser consumidas do lado de fora (só faltam calçadas mais largas, que beneficiam os originais franceses).
A concepção do ponto é toda do proprietário Henrique Michalany, 27. Ele morou na França enquanto, depois de ter estudado economia no Brasil, freqüentou a escola de cozinha Ferrandi, em Paris, uma escola de prestígio voltada para profissionais. Ainda por lá fez estágios nos hotéis InterContinental e Bristol e, no Brasil, com Erick Jacquin e Charlô. No ano passado participou, como sócio, da abertura do Virô Bistrô.
Ao mesmo tempo em que tem uma aparência sofisticada, a Brasserie Paulistta se pretende um restaurante de bairro -pequeno e de preços razoáveis. Sua cozinha é bem calcada nas dos bistrôs franceses, a não ser por alguns pratos italianos e alguma criação do chef.
Entre as diferenças, estão entradas como os pequenos camarões envoltos em macarrão cabelo-de-anjo com molho teriyaki (eles poderiam ser mais tenros, se feitos com mais rapidez) e os minipastéis de queijo brie com purê de damasco. Na linha francesa, estão o abadejo com tapenade de azeitonas pretas e gratin dauphinois (com direta citação dos bistrôs), filé ao molho de mostarda com trio de batatas (fritas, maxim e palha) e, ainda na tradição dos bistrôs, mas com um toque italiano, duas boas pedidas: o filé au poivre com polenta mole e o carré de cordeiro com talharim, shiitake à provençal e molho bordelaise. Como sobremesa, a clássica tarte tatin aparece com um pequeno acréscimo -além das maçãs assadas com a massa, há também uma camada de finas lâminas da fruta.
A carta de vinhos é bem escolhida, dentro de um universo de preços que não excedem R$ 100 a garrafa. Mas esta comida não merece ser acompanhada pela oferta de alguns grandes vinhos, para o cliente que se disponha a gastar?

BRASSERIE PAULISTTA
Cotação: $$$
Avaliação:  
Endereço: al. Itu, 1.088, Jardins, tel. 0/xx/ 11/3085-9135
Funcionamento: seg. a qua., das 12h à 0h; qui. a sáb., das 12h à 1h; dom., das 10h às 17h
Ambiente: clássico, inspirado nos bistrôs
Serviço: profissional
Serviço de vinhos: carta bem escolhida, mas faltam vinhos de maior porte
Estacionamento: R$ 10
Cartões: Visa
Preços: entradas, de R$ 12 a R$ 30; pratos principais, de R$ 16 a R$ 39; sobremesas, de R$ 10 a R$ 20