São Paulo, quinta, 23 de julho de 1998

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CONTOS MÍNIMOS
Impressões e fantasmas

HELOISA SEIXAS

Fecha as cortinas e deita-se na cama, passando a mão pelo acolchoado estranho. Pensa em quantas pessoas não terão deitado ali, sobre aquele forro de cama de hotel. Observa as pequenas manchas, quase imperceptíveis, sobre o acetinado cor de vinho. Na colcha, e também no tapete, delicadas impressões foram deixadas por seus antecessores, pessoas que ali estiveram, apaixonadas ou solitárias. Mas ela não se sente só. Ao contrário. Todos os fantasmas daquele quarto parecem envolvê-la. E é assim, por eles acompanhada, que se entrega, feliz, a um prazer só seu.



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