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NOITE ILUSTRADA ERIKA PALOMINO
SP vive férias de julho em ritmo deep house
ESTÁ tudo chato ou é impressão
minha? A começar pela deep
house, né?, a coqueluche do momento aqui em São Paulo. Quer
coisa mais morna que deep house
a noite toda? Vamos acordar, todo mundo! Que a gente quer fazer
alguma coisa diferente!
E a CD Expo é a imagem que muita gente tem do paraíso: a Bienal
inteira só de CD. E, na festinha do
estande da B-Side, Carlo Danesi,
o dono do império, empregou
discurso fortíssimo contra o CD-R, que está virando coqueluche
entre DJs caretas e menos abastados (menino, com o vinil importado a R$ 30). É assim: um divulgador dá um monte de discos para essas grandes empresas de DJs
ou lojas, que gravam as músicas
mais pedidas e mais populares
num mesmo CD, que às vezes
vem mixado e tudo (pelo próprio
DJ ou por outra pessoa). E aí,
quando chega no clube, o DJ em
si, propriamente dito, não apenas
não tem trabalho nenhum em tocar como ainda economiza uns
trocados. O problema é que mata
alguns fundamentos fortes da
cultura dos clubes, tipo o fato de a
música estar sendo feita na hora e
o seu caráter antimainstream. E o
que é mais engraçado é que, depois do discurso, entrou um DJ
para tocar. E o CD começou a pular. E os DJs lá do fundão começaram um coro: CD dá defeito! CD
pula!
E quem fez defesa do CD foi o DJ
francês Laurent Garnier, em sua
entrevista no Multishow. Ele diz
que o CD tem a vantagem de, às
vezes, você ter uma música mais
rápido do que teria no vinil. E citou o caso de bons CDs que recebeu aqui no Brasil, como o do DJ
Alfred, querido. Garnier elogiou
também e muito o trabalho de
Renato Cohen (atenção, majors,
o Renato é quente, e não é de hoje
que a gente está falando isso!, ele
tem potencial para ser a nova estrela do tecno brasileiro). E, sobre
o especial Garnier, bacana a reportagem, mas deixou a vontade
de vê-lo tocando. E ele superdesmente essa história que virou lenda já na mídia brasileira de que
ele era cozinheiro do consulado.
Diz que nem sabe cozinhar! E
quem foi que espalhou isso?
E ninguém falou ainda que a Carolyn Bessete-Kennedy era uma
mistura de Jacqueline Onassis
com princesa Diana, legítima
princesa de Camelot com forte
apelo fashion. Já era alguém que
todos gostávamos de acompanhar, linda e discreta. John-John,
então, nem se fala.
E, por falar em discreto, há quem
jure de pés juntos que viu sabe
quem na festa do Lov.e in Paradise? Não o Angelo, mas o Ruppert
Everett. Isso mesmo. Diz que era
o único de blazer preto no clube!!!
E que estava com uns amigos tipo
gringos. Quem confirma?
E diz que faltou muita gente à festa. E diz que muita gente não foi
convidada. E a sala vip estava menos vip do que nunca. E acabou
ao meio-dia. E diz que não foi
muita coisa especial, não. E eu estou louca ou é verdade que "modelo e DJ" pagavam só R$ 10 para
entrar? Isso, sim, é o novo status
da noite. Aprenda!
EM compensação, tiro o chapéu
para a noite de anteontem da casa, o projeto de trance do DJ Dmitri. Só gente linda, com as meninas mais bonitas que eu já vi numa noite normal num clube em
São Paulo nos últimos tempos. E
eles me convenceram: estavam lá
pela música, e isso foi bem bonito
de ver. As coisas estão bem esquisitas na noite de São Paulo, todo
mundo reclama que está tudo
chato, as pessoas estão dispersas e
fica aquela sensação de estar esperando alguma coisa acontecer,
sabe? Estamos esperando ainda a
reação do underground. Por enquanto, só a Lôca está se fortalecendo, mas uma cidade como São
Paulo precisa e merece mais.
Quem souber que viés pegar vai
se dar bem. E, por favor, chega de
clubes para mauricinhos na Vila
Olímpia. Qualquer cantinho já
está bom. Quem se lembra do
Krawitz? Eu lembro! E faltou dizer que Dmitri estava tocando
um som de timbres agradáveis,
mesmo para não-iniciados como
eu. Tocou também os hits que
eles querem ouvir e assim foi segurando o pessoal.
DA seção staff: quando na
Symbol, não esqueça de conferir
o segurança gigante chamado
Daniel. Quando no Uncle Bob,
não esqueça de procurar pela linda baiana Sabrina. Tipo incrível.
AGORA, tipo incrível foi o que
aconteceu no clube Excess, na Savassi, em Belo Horizonte, na última sexta. O bailarino Marcelo
Gabriel, um dos pilares da vanguarda artística mineira, tentou
performance pessoal tipo strip
num dos queijos, onde antes estavam os go-go boys da casa. Resultado: Marcelo foi expulso e ficou
todo mundo passado. Não adiantou nem falar com gerente. Uó.
ENQUANTO isso, no Rio, o respeitado DJ Péricles, do núcleo
BUM, toca hoje, no Blue Dreams,
faixas do novo CD. Na famosa esquina da Barão com a Joana, o
Blue Dream é um ex-clube gay,
agora indefinido. Também neste
fim-de-semana tem, na Bunker,
Julião (viu, para quem perguntava dele outro dia?), live PA de Ramilson Maia (não vai perder, Ramilson abala) e o local Mauricio
Lopes. Semana que vem, dia 28,
tem, no THC, com Mercado
Mundo Mix, o DJ Marky e Ricardinho NS, já de volta da Love Parade, que, você sabe, reuniu 1,6
milhão de pessoas em Berlim semana passada. Tipo incrível.
E o site rraurl faz dois anos neste
fim-de-semana, com festa batizada de "br101", amanhã, no Manga
Rosa, em conjunto com a lista br-raves. Vão tocar Gil Barbara, o carioca Rm2 (techouse e techno),
Spiceee, de Florianópolis, Oblongui, de Brasília, e Djd, um novo
DJ de BH, tocando house.
E tem bastante DJ internacional
na cidade. Além de Alvaro Quartino, o DJ da Space de Punta del
Este, que tocou quarta na festa da
"It's Cool", quinta tem, na BASE/
Diesel, o DJ Wild, francês, que diz
que é tipo bonitão, modelo de Armani e Versace. Diz que ele é bofe, namora uma brasileira de Manaus e está passando uns tempos
aqui. Tem o alemão tranceiro
Scot Project, que toca sábado na
CD Expo e na U-Turn. Quinta
tem o hypadíssimo DJ Zinc, rei
do jump up, chegado do DJ
Marky.
E amanhã tem rave Resistance,
em Caçapava. E prepare-se para a
verdadeira XXX-perience, dia 31.
Que desde já promete não deixar
pedra sobre pedra. E amanhã tem
aniversário de George ACTV no
Love in Paradise, com DJs amigos
tocando uma hora cada.
E a VCO emplacou meia página
na "QG", saudada como um bom
caminho da nova moda brasileira.
E o Smirnoff Fashion Awards está
de volta, dessa vez com o tema
"Natureza Virtual", e a final brasileira vai acontecer sabe onde?
Em Salvador, em setembro (informações pelo endereço sifa99@ibm.net ou pela caixa postal 1002, CEP 05422-970). Brasil
total. E Brasil total é o tema do
VMB da MTV, que vai ter vinhetas do cancioneiro nacional remixado por DJs legais. E o clima
Brasil total não é porque a bebida
do momento no mundo é a caipirinha ou porque o restaurante Favela, em Paris, é onde o jet-set se
embebeda. Acredite no hype.
E-mail: palomino@uol.com.br.
Como você sabe, aquele da foto na semana
passada não era o Cacá Ribeiro, mas o Marco
Antonio Rangel.
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