São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 2000

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Escritoras dominam as atenções e conquistam as principais honrarias em Frankfurt, no mais importante evento editorial do mundo, que acaba hoje
As mulheres fazem a feira

Reprodução
A escritora canadense Margaret Atwood concorre ao Booker Prize com o livro "Blind Assassin"


CASSIANO ELEK MACHADO
ENVIADO ESPECIAL A FRANKFURT

Não houve queima de sutiãs nem passeatas. Silenciosamente, este ano as mulheres tiraram dos homens os postos de maior destaque da Feira de Livros de Frankfurt, que termina hoje.
A maior honraria dada pelo megaevento alemão, o chamado Prêmio da Paz, distribuído há 50 anos para varões tão distintos como Hermann Hesse e Mario Vargas Llosa, foi entregue ontem para a delicada escritora argelina Assia Djebar.
No pavilhão do país homenageado este ano, a Polônia, não houve palestra mais lotada do que as da vencedora do Nobel de Literatura de 96, a poeta Wislawa Szymborska (de quem a Folha publica trecho de poema inédito, criado para a Feira de Frankfurt).
Nas mais de mil sessões de autógrafos distribuídos nos cinco dias da feira também foi difícil quem equacionasse melhor qualidade e quantidade do que a canadense Margaret Atwood e a americana Joyce Carol Oates, duas das maiores escritoras de língua inglesa.

Brasileira
No estande brasileiro, editores, agentes, aspirantes a escritores e escritores incensaram Lygia Fagundes Telles, enquanto nas conferências de imprensa as câmaras e microfones estiveram voltadas para Leni Riefenstahl.
Aos 98 anos, a cineasta alemã está lançando pela editora Taschen uma "fotoautobiografia" em que tenta se desvencilhar da imagem de nazista que ganhou depois de passar sete meses fazendo documentários encomendados por Adolf Hitler.
Para Margaret Atwood, todos os parágrafos acima são apenas coincidências, como explicou em entrevista à Folha.
Assia Djebar, por outro lado, enxerga um fortalecimento onipresente da mulher. "Desde minha infância na Argélia sempre percebi que os homens olhavam para as mulheres como "voyeurs". Agora é a vez de as mulheres terem esse poder no olhar."
Vejamos...


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