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Faltou choro no show de Hamilton de Holanda
CARLOS BOZZO JUNIOR
ESPECIAL PARA A FOLHA
Menos de cem pessoas assistiram ao início do show
do bandolinista e compositor Hamilton de Holanda. A
família do músico também
compareceu, mas no palco.
Seu pai, José Américo, tocou
violão de seis cordas, e seu
irmão, Fernando César, o
violão de sete. Completaram
o grupo Rogério Caetano
(cavaquinho), Hamilton Pinheiro (baixo), Leander Mota (bateria) e Sandro Araújo
(percussão).
Presume-se, pela formação acima, que o choro tenha sido a base do show,
que, de fato, teve "Pedacinhos do Céu", "Santa Morena" e "Tico-Tico no Fubá",
além de algumas belas composições do bandolinista,
como "Aquarela na Quixaba" e "Hermeto Está Brincando". No entanto, o rapaz
deixou uma pergunta no ar:
que tipo de choro?
Talvez, algo como o choro
do ano 2000? É muito rasa tal
definição. O que Hamilton
de Holanda faz é o reflexo da
esquizofrenia cultural por
que passamos, em que tudo
é rápido, fragmentado e tecnologicamente preciso. Sua
sonoridade é enérgica, talvez
até demais. Por onde andam
a sutileza, a poesia e o silêncio? Será que, por estar se
apresentando em um local
onde acontecem corridas, o
músico se deixou levar só
pela velocidade?
Não, Hamilton, que estudou cinco anos de violino,
está se formando em composição e tem forte influência de Armandinho, conhece
bem a poesia de Jacob e de
Joel do Nascimento. O que
faltou foi um pouco mais da
essência de um dos mais belos gêneros musicais do Brasil: o próprio choro.
Hamilton de Holanda:
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