|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
LITERATURA
Evento comemora cem anos de nascimento da poeta, abordando diversas facetas de sua obra
Seminário debate legado de Cecília Meireles
CARLOS TORRES FREIRE
DA REDAÇÃO
No próximo dia 7, completam-se cem anos do nascimento de Cecília Meireles (1901-1964). Para
comemorar a data, a Universidade de São Paulo promove, de hoje
a quinta-feira, um seminário que
pretende abordar algumas das diversas facetas do trabalho da poeta brasileira.
A idéia do "Seminário Internacional Cecília Meireles: Cem
Anos", realizado em conjunto pelo IEA (Instituto de Estudos
Avançados), pela FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e pelo IEB (Instituto de Estudos Brasileiros), todos da USP, é discutir, além da
obra de Meireles em poesia e em
prosa, a sua participação como
educadora, cronista, viajante e
tradutora.
"Na realidade, Cecília, além de
grande poeta, deixou legado vastíssimo em outras áreas, o que
não é muito comum em outros
poetas", diz Leila Gouvêa, coordenadora da comissão organizadora
do evento.
"Ela foi, por exemplo, educadora e pensadora da educação. Tinha uma visão humanista e via a
educação como instrumento para
combater as injustiças sociais",
completa Gouvêa, referindo-se à
participação da poeta como professora e aos artigos publicados
nos jornais fluminenses "Diário
de Notícias", entre 1930 e 1933, e
"A Manhã", de 1941 a 1943.
O seminário terá conferência de
abertura proferida por Alfredo
Bosi, professor da FFLCH, diretor
do IEA e autor de, entre outros,
"O Ser e o Tempo da Poesia" (77),
além da participação de três representantes de universidades
portuguesas, dois de americanas e
14 das públicas brasileiras.
Em uma das cinco mesas-redondas será debatida a poesia de
Meireles a partir de obras como
"Metal Rosicler" (60) e "Romanceiro da Inconfidência" (63).
Outro tema que merece destaque, principalmente pelas discussões na crítica literária, é a relação
de Meireles com o movimento
modernista de 1922. "Ela fez uma
leitura muito própria do modernismo, muito particular, e aproveitou aquilo que lhe interessava",
diz Gouvêa, que, neste ano, lançou o livro "Cecília em Portugal"
e agora termina tese de doutorado
sobre a obra poética da escritora.
Meireles contribuiu ainda para
a literatura infantil, pois, além de
sua obra para as crianças -que
será tema da exposição de Norma
Goldstein (USP)-, fundou, em
1934, no Rio de Janeiro, a primeira biblioteca infantil do Brasil.
Para completar o ano de comemorações cecilianas -que já teve
as mostras "O Reino da Poesia" e
"Cecília Meireles: Poeta Viajante", ambas no Rio, além do lançamento dos livros "Crônicas de
Educação" (volumes 1 a 4) e "Antologia Poética", ambos pela Nova Fronteira- serão abertas duas
exposições hoje, às 18h, no IEB
(av. Prof. Mello Moraes, travessa
8, 140, Cidade Universitária, SP).
"A Poeta e Duas Artistas" (com
gravuras e desenhos de Renina
Katz e Maria Bonomi sobre poemas cecilianos) e "Cecília Meireles, uma Trajetória - Fotobiobibliografia" ficam abertas ao público até o dia 23 de novembro.
Texto Anterior: Cinema: "Eu Tu Eles" recebe prêmio em festival francês Próximo Texto: DVD: Formato digital invade mercado e cresce 70% Índice
|