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"Propomos um sistema nacional de cultura"
MARCELO REZENDE
DA REPORTAGEM LOCAL
Marco Aurélio Garcia, 60,
secretário da Cultura do município de São Paulo e membro da Executiva Nacional
do PT, falou à Folha sobre o
Programa de Políticas Públicas de Cultura, divulgado na
última segunda-feira pelo
Partido dos Trabalhadores.
Folha - O programa divulgado pelo PT mostra o retorno
mais efetivo do Estado no
campo cultural. Isso pode ser
visto como centralização?
Marco Aurélio Garcia - Não,
não estamos pretendendo
nenhuma centralização,
mesmo porque isso é algo
que não funciona. Estamos,
inclusive, propondo um modelo de descentralização.
Nossa proposta é um sistema nacional de cultura, e isso implica envolvimento de
todos os Estados e municípios. Estes têm características partidárias e políticas totalmente diferenciadas. Logo, é uma parceria que estamos querendo estabelecer
com todos os Estados e municípios, socializando as responsabilidades.
Folha - No programa há a
proposta de criação de um SUS
(Sistema Único de Saúde) para
a cultura. O que seria isso?
Garcia - Como o SUS funciona? Há verbas federais,
estaduais e municipais. Elas
conjugam para uma política
de saúde. Nós podemos então fazer uma conjugação de
verbas para tipos de política
que sejam, consensualmente, consideradas políticas
importantes. Podemos, por
exemplo, montar bibliotecas
da seguinte forma: a Federação entrará com com acervo,
informatização; o Estado
construirá o prédio e o município pagará o salário das
bibliotecárias, do pessoal.
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