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CRÍTICA
Strokes fazem show com bis e emoção
THIAGO NEY
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Para ter idéia de como foi a
apresentação dos Strokes anteontem, no Rio, dentro da programação do Tim Festival, aqui
vai: como a própria música, um
show dos Strokes costuma ser seco e direto, de uma vez. É aquilo
ali. Nem quando eles fecharam a
arena principal do gigantesco festival de Reading, na Inglaterra, em
2002, eles deram o consagrado
bis; pois aqui, no Rio de Janeiro, a
banda voltou ao palco duas vezes.
Foi uma noite muito especial,
esta primeira do evento carioca.
Porque já se passavam mais de
quatro anos desde o "furacão
Strokes" -quando a banda lançou um single de três músicas e
começou a virar o rock and roll de
cabeça para baixo-, e o público,
de 4.000 pessoas, estava sedento
pelo grupo nova-iorquino. E era
visível a emoção de, especialmente, Julian Casablancas, o vocalista,
e Fabrizio Moretti, o baterista brasileiro, radicado nos EUA, em tocar no país. "Finalmente", gritou
Julian na primeira metade da
apresentação, num português arrastado. "Obrigado, Brazilzão",
disse Fabrizio, no fim, antes de a
banda voltar para o primeiro bis.
Foi uma noite mais do que especial; foi um show singular, (muito) enérgico em alguns momentos, com (muito) groove nos outros. Como uma gangue de amigos, os cinco entraram juntos no
palco à 0h30 de sábado e lançaram mão de um de seus mais conhecidos hits, "Hard to Explain".
Era uma música "velha", do primeiro álbum ("Is This It"; 2001), e
eles ganharam o público ali.
Mas não foi uma noite apenas
nostálgica, de celebração fácil.
Eles mostraram cinco canções do
novo disco, que deve sair em janeiro. Duas delas (as que já estão
na internet), "Juicebox" e "You
Only Live Once", passaram como
velhas amigas. As outras, "Razorblade", "Hawaii-Aloha" e "Heart
in a Cage" eram bem Strokes.
A banda, que não fazia shows há
pelo menos um ano, estava tinindo no palco. Albert Hammond Jr.
e Nick Valensi se revezavam na liderança das guitarras enquanto
Nikolai Fraiture se postava atrás
com seu baixo, Fabrizio Moretti
levava as canções com um viciante groove de bateria e Julian, bem,
parecia um garoto que não acreditava no que havia, ele e seus
amigos, se tornado.
Foi um show de mais de hora e
meia em que apareceram as imediatas "The Modern Age" e "Barely Legal", as new waves "12:51" e
"Someday", a desesperada "Is
This It", a cataclismática "Take It
or Leave It" e, claro, à impressionante "Last Nite". O público pulou, se esgoelou, dançou...
Foi um show histórico, revigorante. Emocionante. E eles tocam
ainda em São Paulo (hoje) e em
Porto Alegre (terça). Faça qualquer coisa para não perder.
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