São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2005

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CRÍTICA

Strokes fazem show com bis e emoção

THIAGO NEY
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Para ter idéia de como foi a apresentação dos Strokes anteontem, no Rio, dentro da programação do Tim Festival, aqui vai: como a própria música, um show dos Strokes costuma ser seco e direto, de uma vez. É aquilo ali. Nem quando eles fecharam a arena principal do gigantesco festival de Reading, na Inglaterra, em 2002, eles deram o consagrado bis; pois aqui, no Rio de Janeiro, a banda voltou ao palco duas vezes.
Foi uma noite muito especial, esta primeira do evento carioca. Porque já se passavam mais de quatro anos desde o "furacão Strokes" -quando a banda lançou um single de três músicas e começou a virar o rock and roll de cabeça para baixo-, e o público, de 4.000 pessoas, estava sedento pelo grupo nova-iorquino. E era visível a emoção de, especialmente, Julian Casablancas, o vocalista, e Fabrizio Moretti, o baterista brasileiro, radicado nos EUA, em tocar no país. "Finalmente", gritou Julian na primeira metade da apresentação, num português arrastado. "Obrigado, Brazilzão", disse Fabrizio, no fim, antes de a banda voltar para o primeiro bis.
Foi uma noite mais do que especial; foi um show singular, (muito) enérgico em alguns momentos, com (muito) groove nos outros. Como uma gangue de amigos, os cinco entraram juntos no palco à 0h30 de sábado e lançaram mão de um de seus mais conhecidos hits, "Hard to Explain". Era uma música "velha", do primeiro álbum ("Is This It"; 2001), e eles ganharam o público ali.
Mas não foi uma noite apenas nostálgica, de celebração fácil. Eles mostraram cinco canções do novo disco, que deve sair em janeiro. Duas delas (as que já estão na internet), "Juicebox" e "You Only Live Once", passaram como velhas amigas. As outras, "Razorblade", "Hawaii-Aloha" e "Heart in a Cage" eram bem Strokes.
A banda, que não fazia shows há pelo menos um ano, estava tinindo no palco. Albert Hammond Jr. e Nick Valensi se revezavam na liderança das guitarras enquanto Nikolai Fraiture se postava atrás com seu baixo, Fabrizio Moretti levava as canções com um viciante groove de bateria e Julian, bem, parecia um garoto que não acreditava no que havia, ele e seus amigos, se tornado.
Foi um show de mais de hora e meia em que apareceram as imediatas "The Modern Age" e "Barely Legal", as new waves "12:51" e "Someday", a desesperada "Is This It", a cataclismática "Take It or Leave It" e, claro, à impressionante "Last Nite". O público pulou, se esgoelou, dançou...
Foi um show histórico, revigorante. Emocionante. E eles tocam ainda em São Paulo (hoje) e em Porto Alegre (terça). Faça qualquer coisa para não perder.


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