São Paulo, sábado, 23 de outubro de 2010

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Seminário debate resultados de pesquisa sobre hábito cultural

Debatedores não chegam a consenso sobre significado de dados

DE SÃO PAULO

Os números podem até não mentir. Mas que confundem, confundem.
Em seminário realizado anteontem na Estação Pinacoteca, produtores culturais, artistas e gestores se debruçaram sobre os resultados de uma pesquisa realizada pela consultora J.Leiva Cultura & Esporte, em parceria com o Datafolha e a Fundação Getúlio Vargas.
Os resultados, antecipados pela Folha, se baseiam num levantamento que ouviu 2.400 pessoas, acima de 12 anos, em 82 cidades do Estado de São Paulo, entre 25/8 e 15/9.
O objetivo da pesquisa era mapear e compreender os hábitos culturais da população. A primeira mesa, mediada pelo diretor da Pinacoteca, Marcelo Araújo, deteve-se sobre os conceitos de cultura com os quais as pessoas trabalham.
Para 30% dos entrevistados, a pergunta "O que é cultura?" motivou uma resposta genérica, "atividades culturais". Para 22% dos ouvidos, cultura está relacionada a educação e aprendizado e, para 21%, a lazer e entretenimento.
O resultado, complexo em si, foi lido de diferentes maneiras pelos debatedores. Na primeira mesa, a cineasta Laís Bodanzky, o curador do Masp Teixeira Coelho e o psicanalista Tales Ab'Saber mostraram o quanto as interpretações são diversas.
Enquanto Bodanzky enxerga nos dados uma manifestação do desejo de apreensão cultural por parte da população, Ab'Saber pondera que o alto índice de entrevistados que apontam passeios no shopping como sua atividade preferida indica um descolamento da cultura da vida das pessoas.
Teixeira Coelho viu o risco de estarem, todos ali, "afogando em números".


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