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Seminário debate resultados de pesquisa sobre hábito cultural
Debatedores não chegam a consenso sobre significado de dados
DE SÃO PAULO
Os números podem até
não mentir. Mas que confundem, confundem.
Em seminário realizado
anteontem na Estação Pinacoteca, produtores culturais,
artistas e gestores se debruçaram sobre os resultados de
uma pesquisa realizada pela
consultora J.Leiva Cultura &
Esporte, em parceria com o
Datafolha e a Fundação Getúlio Vargas.
Os resultados, antecipados pela Folha, se baseiam
num levantamento que ouviu 2.400 pessoas, acima de
12 anos, em 82 cidades do Estado de São Paulo, entre 25/8
e 15/9.
O objetivo da pesquisa era
mapear e compreender os
hábitos culturais da população. A primeira mesa, mediada pelo diretor da Pinacoteca, Marcelo Araújo, deteve-se sobre os conceitos de cultura com os quais as pessoas
trabalham.
Para 30% dos entrevistados, a pergunta "O que é cultura?" motivou uma resposta
genérica, "atividades culturais". Para 22% dos ouvidos,
cultura está relacionada a
educação e aprendizado e,
para 21%, a lazer e entretenimento.
O resultado, complexo em
si, foi lido de diferentes maneiras pelos debatedores. Na
primeira mesa, a cineasta
Laís Bodanzky, o curador do
Masp Teixeira Coelho e o psicanalista Tales Ab'Saber
mostraram o quanto as interpretações são diversas.
Enquanto Bodanzky enxerga nos dados uma manifestação do desejo de apreensão cultural por parte da população, Ab'Saber pondera
que o alto índice de entrevistados que apontam passeios no shopping como sua
atividade preferida indica
um descolamento da cultura
da vida das pessoas.
Teixeira Coelho viu o risco
de estarem, todos ali, "afogando em números".
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