São Paulo, segunda, 23 de novembro de 1998

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KISS AO VIVO
Banda faz apresentação pirotécnica em 3-D

CLÁUDIO CASTILHO
em Los Angeles

Os quarentões do Kiss provaram mais uma vez neste show de abertura da turnê mundial, no Halloween do último dia 31, que a banda ainda sabe comandar com entusiasmo seu exército de fãs.
Em meio a uma atmosfera circense com direito a espetáculos acrobáticos, pirotécnicos, show de luzes, explosões e raios laser, Simmons, Stanley, Frehley e Criss criaram a primeira apresentação em 3-D da história do rock.
Tal como na turnê anterior, que fez do grupo o campeão de bilheteria da temporada de shows ao vivo de 96/97 nos EUA, a apresentação de Los Angeles trouxe apenas três canções do recém-lançado "Psycho Circus", nas mais de vinte tocadas em duas horas.
Com isso, o Kiss, que na década de 70 conquistou os metaleiros de todo mundo com suas músicas, fantasias e maquiagem, buscou agradar um pouco a todos os presentes ao quase lotado Dodger Stadium com uma coletânea de hits que vão de baladas ao rock pesado, como o histórico "Rock And Roll All Nite", que fechou o espetáculo.
Antes, vestidos de Beatles, os rapazes do Smashing Pumpkins abriram a noite com uma hora de show de rock pesadíssimo.
Veio o Kiss e "Psycho Circus" foi a primeira música tocada pelas estrelas do Kiss. E, de todas, a única que claramente precisa de mais ensaios -o vocalista Paul parecia não conseguir acertar as notas. Mas os fãs da banda nem ligaram. Com muitos vestindo as fantasias de seu integrante predileto, a satisfação era total.
Dois gigantescos telões montados nas laterais do imenso palco propiciaram uma intimidade ainda maior entre a platéia, que usava óculos de terceira dimensão, e os músicos. Os efeitos especiais de 3-D deram a impressão, por exemplo, de que a língua de Gene Simmons por pouco tocava o rosto de seus fãs, numa combinação de imagens ao vivo e trechos de clipes psicodélicos pré-gravados.
"Quero ver vocês de perto. Posso ir até vocês?", perguntou o guitarrista Paul Stanley à platéia aglomerada no gramado em frente ao palco no momento mais vibrante da noite. Stanley, com sua bota plataforma prateada, subiu em um cabo de aço, e, como Tarzan, sobrevoou o campo de um lado a outro.
No primeiro show da turnê mundial, deu para ver que o Kiss, hoje, duas décadas depois de se lançar no mercado, é ainda uma fábrica de sucesso, dinheiro e merchandising. Em nova fase, a banda atrai não só os fãs do começo da carreira do grupo como também a geração de filhos desses mesmos seguidores dos anos 70.



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