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Cineasta afirma que a morte "inferniza" sua vida
de Paris
A diferença do Woody Allen que
conhecemos nas telas do Allen na
vida real evidencia-se apenas pela
ansiedade de que sofrem seus personagens. No resto, não nos surpreende o fato de encontrarmos
um Allen tão hipocondríaco e fatalista quanto suas criações.
Quando perguntado se não estava cansado de dar entrevistas,
Allen respondeu que não era tão
ruim assim falar com jornalistas
-que, em seu novo filme, lotam
um andar inteiro do inferno. "Se
eu não tivesse ficado resfriado seria mais fácil", respondeu Allen,
discorrendo mais cinco minutos
-exatamente como seus personagens sabem fazer- sobre como foi
falta de sorte pegar um resfriado
logo quando vinha divulgar o filme na Europa.
A morte, que aparece pelo menos duas vezes em "Deconstructing Harry", "inferniza" a vida do
diretor. "Como alguém pode se
divertir quando, lá fora, há aquela
nuvem negra enorme seguindo
você?", diz, para depois completar: "Você vê todas aquelas pessoas numa festa de Ano Novo, tomando champanhe... Tenho vontade de tocar no ombro delas e dizer -'Mas você não entende? Você não deveria estar se divertindo,
olha o que te espera"'.
No filme, Allen se mostra mais
politicamente incorreto do que
nunca. Massacra de vez as religiões, o presidente dos EUA, críticos literários e advogados "da midiáticos".
Sobre a homenagem que seu personagem, Harry, recebe, Allen,
que não costuma comparecer a cerimônias do tipo, diz: "É tão embaraçoso, nunca poderia me prestar a um papel desses".
(MC)
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