São Paulo, sexta-feira, 23 de dezembro de 2005

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Prêmio da Secretaria da Cultura muda de valor após reunião do júri

SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

No concurso de apoio ao cinema realizado pela Secretaria de Estado da Cultura de SP, alguns prêmios diminuíram, após terem seus valores indicados em ata.
"Onde Andará Dulce Veiga?", de Guilherme de Almeida Prado, "O Poeta da Vila", de Ricardo Van Steen, e "Querô", de Carlos Cortez, receberiam R$ 300 mil cada um, segundo decisão da comissão julgadora da categoria finalização, expressa em ata de 7/12.
A homologação do concurso feita pela secretaria indica que o prêmio desses títulos foi reduzido a R$ 100 mil para cada um.
A secretaria diz que, "por motivo das premiações [desses filmes] no concurso de fomento à produção da Ancine (Agência Nacional do Cinema), publicado no "Diário Oficial" de 7/12 [dia da reunião do júri estadual] ficou decidido pela comissão que estes projetos receberiam o aporte de R$ 100 mil".
Segundo a secretaria, a decisão "tomada após a lavratura da ata, foi registrada em correspondência eletrônica por todos os membros da comissão".
Não foi a primeira alteração numa definição do júri da disputa. A comissão de seleção de projetos de produção alterou suas definições (tomadas em 6/12), em reunião extraordinária convocada pelo secretário de Cultura, João Batista de Andrade, em 14/12.
No encontro com o secretário, determinou-se a inclusão do projeto "Infância Roubada", de Bruno Barreto, entre os vencedores.
O filme não figurava como premiado na ata da reunião anterior. Também foi decidida a transformação dos suplentes em titulares. Eram eles: "Cão Sem Dono" (Beto Brant), "Lucineide Falsa Loira" (Carlos Reichenbach), "O Drama das Secas" (Rodolpho Nanni), "Lutas" (Luiz Bolognesi), "O Passado" (Hector Babenco).
A reunião acertou ainda que eventuais verbas obtidas para o programa além dos R$ 6,5 milhões previstos em seu edital irão prioritariamente para os projetos de produção antes definidos como suplentes, que passaram a ser denominados "Faixa 2", na qual incluiu-se o filme de Barreto.
Os prêmios anunciados anteontem pela secretaria atingem R$ 7,4 milhões nas três categorias (produção, finalização e comercialização). Andrade afirmou à Folha, na segunda, que contava com R$ 8,1 milhões para a premiação.
"Esse valor, de R$ 8,1 milhões, correspondia a uma estimativa, que pode até ser superada ao término do processo de captação de recursos", afirma a secretaria.
O dinheiro vem de empresas estatais e privadas por meio das leis de renúncia fiscal, que autorizam o uso de parte do IR (Imposto de Renda) em projetos culturais.


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