São Paulo, segunda-feira, 24 de janeiro de 2005

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Celular é mais desejado que roupas

NINA LEMOS
COLUNISTA DA FOLHA

O maior objeto de desejo desta SPFW não é uma das roupas vistas na passarela nem o corpo escultural de uma Gisele da vida. O que todo mundo quer mesmo é ganhar (de graça) um celular que custa entre R$ 2.500 e R$ 3.000.
Esse é o brinde mais requisitado e exclusivo do evento: apenas 13 pessoas foram contempladas com o mimo no estande da marca. Entre elas, a cantora Preta Gil e a modelo Carolina Magalhães, que fizeram um bico de DJ para a empresa. Alguns outros felizardos receberam o celular em casa. "Eu ganhei, adorei esse presente", diz Marcelo Sebá, diretor de marketing da grife Diesel. "Eu quero um. Pode escrever no jornal", diz o promoter Cacá Ribeiro.
A apresentadora Astrid Fontenelle também queria um celular. "Neste ano estou em baixa, só ganhei uma capinha de celular, uma correntinha e uma camiseta", se divertia. A apresentadora é uma das que assumem seu gosto por brindes. "Preencho todos os cupons de supermercado. E ganhar presentes é uma das coisas legais da SPFW." Em uma tarde no evento, Astrid ganhou um kit de cremes, uma sandália, uma bolsa de marca de cachaça com uma toalha e duas garrafas dentro, uma sacola com chocolates e uma xícara, um boné e várias sacolas.
A consultora de moda Costanza Pascolato, a descolada das descoladas, ainda não ganhou celular nesta temporada, o que não faz a menor falta para ela. "Tenho cinco celulares em casa. Cada ano ganho um, já dei um para a minha filha, outro para o motorista, um está sobrando." Ganhar brindes, de acordo com ela, é bom para você ver "se a sua bola está cheia".
A dela, como sempre, parece estar. Costanza é uma das poucas a ganhar brindes especiais. Está no time AA, daqueles que recebem presentes em casa e peças personalizadas. A lista deste ano inclui uma camiseta exclusiva com seu nome, um colar também exclusivo, brincos, vinho, cremes, toalhas de praia, duas sandálias, colar e incontáveis bolsas. "Dou muitas coisas para o meu motorista e outras para as meninas que ficam sentadas guardando meu lugar na cadeira. O que é bacana eu uso."
A apresentadora Marina Person também parece estar em alta. "Ganhei uma roupa de uma grife de que gosto. Pediram que usasse no dia do desfile. Aceitei, porque era um vestido que naturalmente usaria", diz. "Adoro ganhar roupas, pode avisar."
Quem não aparece na televisão se contenta, feliz, com bem menos. "Ganhei um creme ótimo. Adorei. O meu celular continua o mesmo. Custou R$ 200, porque eu sou pobre", diz o estilista Adriano Costa, sem mágoas.
O esquema funciona de maneiras diferentes de acordo com o termômetro de "importância" aferido pelas marcas aos freqüentadores do evento. Uma apresentadora de TV é VIP, assim como uma produtora de moda importante, por isso ganham presentes reforçados. A maioria dos jornalistas ganha os brindes mais baratos. E quem não é nada disso disputa um convite para o estande da Melissa. Ou tenta ganhar de graça uma taça de champanhe.


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