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Celular é mais desejado que roupas
NINA LEMOS
COLUNISTA DA FOLHA
O maior objeto de desejo desta
SPFW não é uma das roupas vistas na passarela nem o corpo escultural de uma Gisele da vida. O
que todo mundo quer mesmo é
ganhar (de graça) um celular que
custa entre R$ 2.500 e R$ 3.000.
Esse é o brinde mais requisitado
e exclusivo do evento: apenas 13
pessoas foram contempladas com
o mimo no estande da marca. Entre elas, a cantora Preta Gil e a modelo Carolina Magalhães, que fizeram um bico de DJ para a empresa. Alguns outros felizardos
receberam o celular em casa. "Eu
ganhei, adorei esse presente", diz
Marcelo Sebá, diretor de marketing da grife Diesel. "Eu quero
um. Pode escrever no jornal", diz
o promoter Cacá Ribeiro.
A apresentadora Astrid Fontenelle também queria um celular.
"Neste ano estou em baixa, só ganhei uma capinha de celular, uma
correntinha e uma camiseta", se
divertia. A apresentadora é uma
das que assumem seu gosto por
brindes. "Preencho todos os cupons de supermercado. E ganhar
presentes é uma das coisas legais
da SPFW." Em uma tarde no
evento, Astrid ganhou um kit de
cremes, uma sandália, uma bolsa
de marca de cachaça com uma
toalha e duas garrafas dentro,
uma sacola com chocolates e uma
xícara, um boné e várias sacolas.
A consultora de moda Costanza
Pascolato, a descolada das descoladas, ainda não ganhou celular
nesta temporada, o que não faz a
menor falta para ela. "Tenho cinco celulares em casa. Cada ano ganho um, já dei um para a minha
filha, outro para o motorista, um
está sobrando." Ganhar brindes,
de acordo com ela, é bom para você ver "se a sua bola está cheia".
A dela, como sempre, parece estar. Costanza é uma das poucas a
ganhar brindes especiais. Está no
time AA, daqueles que recebem
presentes em casa e peças personalizadas. A lista deste ano inclui
uma camiseta exclusiva com seu
nome, um colar também exclusivo, brincos, vinho, cremes, toalhas de praia, duas sandálias, colar
e incontáveis bolsas. "Dou muitas
coisas para o meu motorista e outras para as meninas que ficam
sentadas guardando meu lugar na
cadeira. O que é bacana eu uso."
A apresentadora Marina Person
também parece estar em alta.
"Ganhei uma roupa de uma grife
de que gosto. Pediram que usasse
no dia do desfile. Aceitei, porque
era um vestido que naturalmente
usaria", diz. "Adoro ganhar roupas, pode avisar."
Quem não aparece na televisão
se contenta, feliz, com bem menos. "Ganhei um creme ótimo.
Adorei. O meu celular continua o
mesmo. Custou R$ 200, porque
eu sou pobre", diz o estilista
Adriano Costa, sem mágoas.
O esquema funciona de maneiras diferentes de acordo com o
termômetro de "importância"
aferido pelas marcas aos freqüentadores do evento. Uma apresentadora de TV é VIP, assim como
uma produtora de moda importante, por isso ganham presentes
reforçados. A maioria dos jornalistas ganha os brindes mais baratos. E quem não é nada disso disputa um convite para o estande da
Melissa. Ou tenta ganhar de graça
uma taça de champanhe.
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