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Crítica
Filme mostra Rolling Stones por Godard
CRÍTICO DA FOLHA
Os Rolling Stones ensaiam
"Sympathy for the Devil" quando o filme começa. Mick Jagger
aponta um erro, sugere mudanças. Parece um documentário
convencional sobre uma banda
de rock em trabalho de parto,
com a câmera bisbilhotando os
cubículos do estúdio.
Bastam menos de quatro minutos para que ocorra uma primeira intervenção. Jovens fazem pichações enquanto o narrador começa a ler trechos de
uma peça (ou roteiro) que trará
como personagens Che Guevara, Richard Nixon, Charles de
Gaulle, Mao Tsé-tung e Barbarella, entre outros.
Dali a pouco, entram em cena
ativistas do grupo Panteras Negras, discursando em um cemitério de automóveis. Estamos
em 1968, o que ajuda a entender parte das coisas. Mas, em
especial, estamos em um ensaio de Jean-Luc Godard com
(e não sobre) os Rolling Stones,
no auge do movimento de contra-cultura e do engajamento
político do cineasta, que vinha
de "A Chinesa" e "Week-end à
Francesa".
"Sympathy for the Devil"
(batizado originalmente por
Godard como "One Plus One",
"um mais um"), que o Telecine
Cult exibe hoje às 22h, é um tesouro de cinemateca para os fãs
dos Rolling Stones. É também,
mais do que apenas um projeto
acidental de Godard em Londres, uma janela caleidoscópica
para o tal ano que não terminou.
(SÉRGIO RIZZO)
SIMPATHY FOR THE DEVIL
Quando: hoje, às 22h
Onde: Telecine Cult
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