São Paulo, quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

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Crítica

Filme mostra Rolling Stones por Godard

CRÍTICO DA FOLHA

Os Rolling Stones ensaiam "Sympathy for the Devil" quando o filme começa. Mick Jagger aponta um erro, sugere mudanças. Parece um documentário convencional sobre uma banda de rock em trabalho de parto, com a câmera bisbilhotando os cubículos do estúdio.
Bastam menos de quatro minutos para que ocorra uma primeira intervenção. Jovens fazem pichações enquanto o narrador começa a ler trechos de uma peça (ou roteiro) que trará como personagens Che Guevara, Richard Nixon, Charles de Gaulle, Mao Tsé-tung e Barbarella, entre outros.
Dali a pouco, entram em cena ativistas do grupo Panteras Negras, discursando em um cemitério de automóveis. Estamos em 1968, o que ajuda a entender parte das coisas. Mas, em especial, estamos em um ensaio de Jean-Luc Godard com (e não sobre) os Rolling Stones, no auge do movimento de contra-cultura e do engajamento político do cineasta, que vinha de "A Chinesa" e "Week-end à Francesa".
"Sympathy for the Devil" (batizado originalmente por Godard como "One Plus One", "um mais um"), que o Telecine Cult exibe hoje às 22h, é um tesouro de cinemateca para os fãs dos Rolling Stones. É também, mais do que apenas um projeto acidental de Godard em Londres, uma janela caleidoscópica para o tal ano que não terminou. (SÉRGIO RIZZO)

SIMPATHY FOR THE DEVIL
Quando:
hoje, às 22h
Onde: Telecine Cult


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