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Cia. do Feijão revisita sua trajetória
Grupo paulistano faz dez anos e remonta espetáculos que marcaram sua história, entre eles "Mire Veja"
DA REPORTAGEM LOCAL
No ano em que completa
uma década, a Companhia do
Feijão reapresenta cinco dos
oito espetáculos com os quais
caminhou até aqui, firmando-se como um dos importantes
coletivos de teatro na cidade de
São Paulo.
A mostra de repertório que
abre amanhã em sua sede, na
região central de São Paulo, vai
da montagem mais recente,
"Pálido Colosso" (2007), à mais
antiga, "O Ó da Viagem" (1999).
Nas próximas 30 semanas,
até julho, será possível rever
ainda o trabalho mais premiado do grupo, "Mire Veja"
(2003), além de "Nonada"
(2006) e do espetáculo infantil
"Reis de Fumaça" (2004).
Invariavelmente, os temas
explorados pelo coletivo dizem
respeito à história política do
Brasil e dialogam com obras da
literatura. São enfocados, por
exemplo, o período da ditadura
militar (1964-85), a perspectiva
de uma identidade do homem
brasileiro, a herança escravagista e as formas de sobrevivência no cotidiano da metrópole
ou da seca. A trajetória do grupo tocou em diferenças regionais e sociais e procurou delinear o que poderia ser uma "alma brasileira" -alma entendida como uma espécie de "espaço geográfico interno" dos indivíduos, com seus desejos em
contraposição à realidade que
os circunda.
Esse olhar pelo retrovisor está relacionado ao tema escolhido para nortear o trabalho da
Companhia do Feijão ao longo
de 2008: "Utopia (Pra que Te
Quero!)".
"E agora, para onde estamos
indo?", perguntam-se os artistas do grupo, entre eles os diretores e dramaturgos Pedro Pires e Zernesto Pessoa.
"Onde foi parar a esperança
que nos moveu dos anos 1960
até logo depois da abertura?
Qual será o lugar, hoje, da utopia na alma do brasileiro? Ela
existe?", indaga Pessoa.
Além da mostra de repertório estão previstos, a partir de
março, um seminário em torno
do conceito de utopia e um curso extensivo de criação para jovens profissionais da área.
(VS)
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