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Filme
Assim como o poeta, "Vinicius" emociona
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO
É preciso superar os primeiros dez minutos de "Vinicius"
(2005) para viver duas horas
emocionantes. O filme de Miguel Faria Jr., que estréia hoje
no Canal Brasil, começa com os
atores Camila Morgado e Ricardo Blat simulando um espetáculo de bolso sobre Vinicius
de Moraes (1913-1980). Ou seja,
parece que vai ser um daqueles
documentários que misturam
teatro e didatismo.
Mas logo vão surgindo pessoas e depoimentos interessantes: Ferreira Gullar, Chico
Buarque, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Edu Lobo, Tônia
Carrero... E o filme ganha as
marcas de Vinicius: afeto à flor
da pele, histórias de paixões e
excessos, muita música e alguma poesia. É como se o documentário desse o salto que ele
deu na vida: do poeta formal e
diplomata para o artista informal e popular.
Números musicais funcionam como entreatos do documentário. Há momentos bonitos, mas nada fundamental. O
que importa mesmo é ver e ouvir Vinicius em imagens antigas (com Tom Jobim, Baden
Powell e outros), rir, chorar e
até pensar com as palavras de
seus amigos.
"Vinicius é o contrário dos
dias de hoje, quando tudo busca
um resultado, um objetivo, é
pragmático. Talvez não houvesse lugar para ele", diz Chico
no final, pondo um travo realista em obra tão saborosa.
VINICIUS
Quando: hoje, às 23h
Onde: Canal Brasil
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