São Paulo, sexta-feira, 24 de março de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Chegue 'Mais Perto'

Dado Galdieri/Folha Imagem
José Mayer e Renata Sorrah durante ensaio do espetáculo "Mais Perto" no teatro Cultura Artística



Estréia hoje em São Paulo peça do dramaturgo britânico Patrick Marber; montagem marca a volta do cineasta Hector Babenco ao teatro, após 12 anos


TEATRO
Estréia hoje em SP "Mais Perto", primeira peça dirigida pelo cineasta após "Louco Amor", de 1988
Babenco volta ao palco 12 anos depois

MARCELO VALLETTA
da Redação

"Mais Perto" ("Closer", no original em inglês), peça do dramaturgo britânico Patrick Marber, sucesso em mais de 30 países, estréia hoje, às 21h, no teatro Cultura Artística, em São Paulo.
O evento marca, depois de um intervalo de quase 12 anos, a segunda incursão do cineasta Hector Babenco na direção teatral.
Famoso por filmes como "Pixote - A Lei do Mais Fraco" (1980) e "O Beijo da Mulher Aranha" (1984), Babenco produziu cinco peças teatrais na década de 90, mas seu único trabalho como diretor nessa área havia sido "Louco de Amor" (1988), do norte-americano Sam Shepard.
"Fiquei com muita vontade de exercitar minha profissão de diretor", disse Babenco, que atualmente trabalha na adaptação para o cinema do livro "Estação Carandiru", do médico Drauzio Varella (leia entrevista ao lado).
"Mais Perto" conta a história de dois homens e duas mulheres que se conhecem e se relacionam na Londres dos anos 90.
"A peça fala de paixão, de desejos sexuais, de perdas, disso tudo que a gente vive nos relacionamentos amorosos", afirmou a atriz Renata Sorrah, que também produz o espetáculo com o ator José Mayer.
Na peça, Renata é Anna, uma fotógrafa que se separa de Larry, médico interpretado por Mayer, para viver com o jornalista Dan (Marco Ricca). A quarta personagem, representada pela atriz Guta Stresser, é Alice, uma stripper que se apaixona por Dan.
"Esses personagens oferecem possibilidades magníficas de interpretação", disse Mayer, entusiasmado. "São quatro solos excepcionais, coisas que a gente só encontra mesmo nos clássicos."
Além da riqueza e da complexidade desses personagens, outro ponto destacado pelo elenco é a atualidade e a universalidade da peça.
"Os personagens são pessoas que a gente reconhece facilmente, e os sentimentos que eles exprimem são universais, eternos, tão antigos quanto a própria alma humana, mas colocados num contexto atual", disse Guta, que entrou no projeto no lugar da atriz Paloma Duarte, que não pôde se dedicar ao projeto por falta de tempo.
Elogios ao autor não são poupados. "Marber não é um desses autores britânicos contemporâneos que estão sendo apresentados para a gente embalados em um pacote. Ele é especial", afirmou Renata.
"A ação dramática em Patrick Marber é muito mais vigorosa que em David Mamet, por exemplo", afirmou Mayer, citando o dramaturgo e cineasta norte-americano, considerado uma referência para Marber.
Os atores lamentam que, no Brasil, os dramaturgos não encontrem tanto respaldo para montar suas peças como os britânicos em seu país.
"Lá (no Reino Unido) os autores têm cursos de drama, eles têm 15 atores que encenam para eles, eles podem reescrever, aí são adotados por um diretor de uma grande companhia, saem essas pérolas e eles conseguem montar", disse Ricca, que pela primeira vez atua em uma peça sem estar envolvido na produção.
"Mais Perto" fica em São Paulo até 11 de junho. Depois, a peça deve cumprir uma temporada de quatro meses no Rio de Janeiro, antes de viajar pelo resto do país.


Peça: Mais Perto Autor: Patrick Marber Quando: estréia hoje, às 21h; sex. e sáb., às 21h; dom. às 18h Onde: teatro Cultura Artística (r. Nestor Pestana, 196, tel. 0/xx/11/258-3616) Quanto: de R$ 20 a R$ 40

Texto Anterior: Programação de TV
Próximo Texto: "Limpo o excesso teatral"
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.