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Chegue 'Mais Perto'
Dado Galdieri/Folha Imagem
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José Mayer e Renata Sorrah durante ensaio do espetáculo "Mais Perto" no teatro Cultura Artística |
Estréia hoje em São Paulo peça do dramaturgo britânico Patrick Marber; montagem marca a volta do cineasta Hector Babenco ao teatro, após 12 anos
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TEATRO
Estréia hoje em SP "Mais Perto", primeira peça dirigida pelo cineasta após "Louco Amor", de 1988
Babenco volta ao palco 12 anos depois
MARCELO VALLETTA
da Redação
"Mais Perto" ("Closer", no original em inglês), peça do dramaturgo britânico Patrick Marber,
sucesso em mais de 30 países, estréia hoje, às 21h, no teatro Cultura Artística, em São Paulo.
O evento marca, depois de um
intervalo de quase 12 anos, a segunda incursão do cineasta Hector Babenco na direção teatral.
Famoso por filmes como "Pixote - A Lei do Mais Fraco" (1980) e
"O Beijo da Mulher Aranha"
(1984), Babenco produziu cinco
peças teatrais na década de 90,
mas seu único trabalho como diretor nessa área havia sido "Louco de Amor" (1988), do norte-americano Sam Shepard.
"Fiquei com muita vontade de
exercitar minha profissão de diretor", disse Babenco, que atualmente trabalha na adaptação para
o cinema do livro "Estação Carandiru", do médico Drauzio Varella (leia entrevista ao lado).
"Mais Perto" conta a história de
dois homens e duas mulheres que
se conhecem e se relacionam na
Londres dos anos 90.
"A peça fala de paixão, de desejos sexuais, de perdas, disso tudo
que a gente vive nos relacionamentos amorosos", afirmou a
atriz Renata Sorrah, que também
produz o espetáculo com o ator
José Mayer.
Na peça, Renata é Anna, uma
fotógrafa que se separa de Larry,
médico interpretado por Mayer,
para viver com o jornalista Dan
(Marco Ricca). A quarta personagem, representada pela atriz Guta
Stresser, é Alice, uma stripper que
se apaixona por Dan.
"Esses personagens oferecem
possibilidades magníficas de interpretação", disse Mayer, entusiasmado. "São quatro solos excepcionais, coisas que a gente só
encontra mesmo nos clássicos."
Além da riqueza e da complexidade desses personagens, outro
ponto destacado pelo elenco é a
atualidade e a universalidade da
peça.
"Os personagens são pessoas
que a gente reconhece facilmente,
e os sentimentos que eles exprimem são universais, eternos, tão
antigos quanto a própria alma
humana, mas colocados num
contexto atual", disse Guta, que
entrou no projeto no lugar da
atriz Paloma Duarte, que não pôde se dedicar ao projeto por falta
de tempo.
Elogios ao autor não são poupados. "Marber não é um desses
autores britânicos contemporâneos que estão sendo apresentados para a gente embalados em
um pacote. Ele é especial", afirmou Renata.
"A ação dramática em Patrick
Marber é muito mais vigorosa
que em David Mamet, por exemplo", afirmou Mayer, citando o
dramaturgo e cineasta norte-americano, considerado uma referência para Marber.
Os atores lamentam que, no
Brasil, os dramaturgos não encontrem tanto respaldo para
montar suas peças como os britânicos em seu país.
"Lá (no Reino Unido) os autores têm cursos de drama, eles têm
15 atores que encenam para eles,
eles podem reescrever, aí são
adotados por um diretor de uma
grande companhia, saem essas
pérolas e eles conseguem montar", disse Ricca, que pela primeira vez atua em uma peça sem estar envolvido na produção.
"Mais Perto" fica em São Paulo
até 11 de junho. Depois, a peça deve cumprir uma temporada de
quatro meses no Rio de Janeiro,
antes de viajar pelo resto do país.
Peça: Mais Perto
Autor: Patrick Marber
Quando: estréia hoje, às 21h; sex. e sáb.,
às 21h; dom. às 18h
Onde: teatro Cultura Artística (r. Nestor
Pestana, 196, tel. 0/xx/11/258-3616)
Quanto: de R$ 20 a R$ 40
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