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CRÍTICA
Álbum provoca estranhamento a ouvidos brasileiros
DA SUCURSAL DO RIO
Como qualquer artista
que já freqüentou o topo da música pop, Sergio
Mendes procura não ficar
longe desse ponto. Aproximar-se do hip hop, que anda
gerando rappers de sucesso,
é compreensível, portanto.
Algumas das músicas que
escolheu têm espaços para
as improvisações do rap, como "The Frog", "Bananeira"
e até "Mas que Nada" -que
já parece se moldar a qualquer uso.
O problema para ouvidos
brasileiros é: por que ouvir
"Bananeira" com aqueles
trechos de reggae feitos com
sintetizador e aqueles gritos
de "Rio!" e "Jamaica!"? E
"Surfboard", de Tom Jobim,
que mal sobrevive no piano
de Mendes enquanto se comete algo diferente e onomatopaico em cima?
Embora o trabalho de
Mendes como um todo não
mereça esse estigma, algumas faixas parecem mesmo
"macumba para turista". Há
"macumbas" mais agradáveis, como pedaços do duo
"Berimbau"/"Consolação" e
"Samba da Benção".
No setor das composições
norte-americanas, salva-se
"That Heat". Ou seja, nada
contra as misturas, mas tudo
a favor do prazer de ouvir
boa música, "brasileira" ou
"internacional".
(LFV)
Timeless
Artista: Sergio Mendes
Gravadora: Universal
Quanto: R$ 35, em média
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