São Paulo, sexta-feira, 24 de março de 2006

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CRÍTICA

Álbum provoca estranhamento a ouvidos brasileiros

DA SUCURSAL DO RIO

Como qualquer artista que já freqüentou o topo da música pop, Sergio Mendes procura não ficar longe desse ponto. Aproximar-se do hip hop, que anda gerando rappers de sucesso, é compreensível, portanto.
Algumas das músicas que escolheu têm espaços para as improvisações do rap, como "The Frog", "Bananeira" e até "Mas que Nada" -que já parece se moldar a qualquer uso.
O problema para ouvidos brasileiros é: por que ouvir "Bananeira" com aqueles trechos de reggae feitos com sintetizador e aqueles gritos de "Rio!" e "Jamaica!"? E "Surfboard", de Tom Jobim, que mal sobrevive no piano de Mendes enquanto se comete algo diferente e onomatopaico em cima?
Embora o trabalho de Mendes como um todo não mereça esse estigma, algumas faixas parecem mesmo "macumba para turista". Há "macumbas" mais agradáveis, como pedaços do duo "Berimbau"/"Consolação" e "Samba da Benção".
No setor das composições norte-americanas, salva-se "That Heat". Ou seja, nada contra as misturas, mas tudo a favor do prazer de ouvir boa música, "brasileira" ou "internacional". (LFV)

Timeless
  
Artista: Sergio Mendes
Gravadora: Universal
Quanto: R$ 35, em média


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