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OUTRO LADO
Ferreira diz que sai do parque
DA REPORTAGEM LOCAL
"Vou começar a sair do parque
Ibirapuera após o término da
Mostra do Redescobrimento neste ano e deixá-lo depois da extinção da Associação Brasil 500 Anos
Artes Visuais no fim de 2002",
afirma o banqueiro Edemar Cid
Ferreira, presidente da entidade.
Segundo ele, "houve ocupação
desordenada do parque nos últimos 40 anos por associações sem
fins lucrativos e por estabelecimentos comerciais. Isso, sim,
uma privatização branca".
Cid Ferreira diz que o investimento no parque por causa da
Mostra, cerca de R$ 18 milhões, ficará para "a população de São
Paulo". Ele se recusa a polemizar
com os críticos de seu estilo: "Eu
vou, converso com as pessoas,
mostro a vantagem, uno-me a
elas e faço minha exposição com
clareza".
Cita como exemplo o marketing
feito pelo Bradesco com a Carta
de Caminha. "Vão achar que a
carta é do Bradesco, pois o banco
a expõe em todas as agências."
Sobre a acusação de que o adiamento da Bienal de Arte de 2001
para 2002 facilita a captação de
patrocínio para que faça a itinerância da Mostra do Redescobrimento, responde: "O favorecimento a mim é nenhum. A decisão de adiamento foi do conselho.
A nossa mostra já tem a captação
bem encaminhada. Fechamos
com o Guggenheim e vamos expor em Nova York".
Perguntado se vê impedimento
ético no fato de o secretário Ricardo Ohtake ser responsável pelo
parque e ter feito um trabalho para uma entidade que tinha interesse em espaços do Ibirapuera,
afirma: "Tem de perguntar para
ele. Pra mim, não vejo nenhum.
Nunca fui da iniciativa pública".
De acordo com Cid Ferreira, ele
optou pelo escritório de arquitetura de Ohtake porque desde 92
contrata esse tipo de serviço com
a empresa. Ohtake afirma que foi
há três anos, quando não era secretário, que o escritório foi contratado para realizar os catálogos.
"Como vivo dos trabalhos do escritório e não da secretaria, não
poderia romper o contrato."
Sobre a intervenção realizada
pela Mostra no Ibirapuera, Ohtake diz: "O que o Edemar está fazendo é um exemplo. Graças a ele,
os museus da Aeronáutica e do
Folclore ganharam espaços que
lhes permitem visitação pública".
"Antes da Mostra, a marquise
estava privatizada, agora é que ela
se tornou pública, e isso também
é um benefício que a cidade ganha
graças ao Edemar", completa.
Já Carlos Bratke, o presidente da
Fundação Bienal, que na semana
passada foi acusado de favorecer
os interesses do organizador da
Mostra, afirma: "Existe uma fofoca de que estou sendo seduzido
pelo Edemar, que casaremos sob
a marquise, mas isso não é verdade. Há uma concorrência entre a
Bienal e a Mostra para a captação
de recursos, mas não existe um
acordo entre mim e o Edemar",
diz.
(KA e FCy)
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