São Paulo, quarta-feira, 24 de maio de 2000


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SEMINÁRIO
Pensador vê MST como grupo "interessante"
Jameson defende novas formas de organização dos trabalhadores

CRISTINA GRILLO
DA SUCURSAL DO RIO

Para enfrentar a globalização -que ele vê como o novo imperialismo- e os efeitos causados por um de seus mais ativos braços econômicos -as empresas transnacionais-, o pensador norte-americano Fredric Jameson defende que os movimentos de trabalhadores descubram novas formas de organização.
"É preciso ver como os interesses podem coincidir. Para haver a organização, é preciso haver um inimigo comum, e este "inimigo" pode ser a globalização", disse Jameson ontem no Rio, onde participa do seminário "Limites do Imaginário", organizado pela Unesco e pela Universidade Candido Mendes.
Em entrevista, Jameson disse que as organizações trabalhistas precisam descobrir um modo de enfrentar um novo problema: como mobilizar as cada vez maiores massas de desempregados?
O Movimento dos Sem Terra (MST), para Jameson, é um exemplo de resposta ao dilema que se apresenta aos movimentos trabalhistas no fim do século.
"Os sem-terra formam um grupo muito interessante e devem ter sua importância porque senão o seu governo não estaria tão nervoso com ele."
Jameson considera o MST uma "forma de sucesso" de organização de pessoas que não estavam inseridas no discurso político antes. O pensador disse não concordar com as críticas que vêm sendo feitas pela transformação do MST de um movimento social em político. ""Político" é a palavra que usamos quando movimentos sociais começam a se articular e se tornar ativos na arena do poder."


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