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SEMINÁRIO
Pensador vê MST como grupo "interessante"
Jameson defende novas formas de organização dos trabalhadores
CRISTINA GRILLO
DA SUCURSAL DO RIO
Para enfrentar a globalização
-que ele vê como o novo imperialismo- e os efeitos causados
por um de seus mais ativos braços
econômicos -as empresas transnacionais-, o pensador norte-americano Fredric Jameson defende que os movimentos de trabalhadores descubram novas formas de organização.
"É preciso ver como os interesses podem coincidir. Para haver a
organização, é preciso haver um
inimigo comum, e este "inimigo"
pode ser a globalização", disse Jameson ontem no Rio, onde participa do seminário "Limites do
Imaginário", organizado pela
Unesco e pela Universidade Candido Mendes.
Em entrevista, Jameson disse
que as organizações trabalhistas
precisam descobrir um modo de
enfrentar um novo problema: como mobilizar as cada vez maiores
massas de desempregados?
O Movimento dos Sem Terra
(MST), para Jameson, é um
exemplo de resposta ao dilema
que se apresenta aos movimentos
trabalhistas no fim do século.
"Os sem-terra formam um grupo muito interessante e devem ter
sua importância porque senão o
seu governo não estaria tão nervoso com ele."
Jameson considera o MST uma
"forma de sucesso" de organização de pessoas que não estavam
inseridas no discurso político antes. O pensador disse não concordar com as críticas que vêm sendo
feitas pela transformação do MST
de um movimento social em político. ""Político" é a palavra que
usamos quando movimentos sociais começam a se articular e se
tornar ativos na arena do poder."
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