São Paulo, quinta-feira, 24 de maio de 2007

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Crítica

"Náufrago" estuda nossa relação com o tempo

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Desde que Paulinho da Viola tratou do assunto (em "Sinal Fechado"), o tempo corre cada vez mais rápido. E de modo mais perverso, a saber: somos nós que corremos atrás de um tempo que insiste em escapar e desconsiderar as riquezas do ócio.
Na indústria, na universidade, no Estado, a palavra de ordem, mais ou menos única e certamente não contestada, é produtividade. O tempo existe para ser produtivo.
Os resultados disso -para o mundo da produção- não podem ser contestados: é necessário seguir a palavra de ordem para sobreviver. Para o mundo do conhecimento, ainda não se sabe quais sejam as vantagens desse procedimento: o certo é que a ideologia do produtivismo se impôs e hoje organiza, por exemplo, a universidade.
É aí que entra "Náufrago" (Telecine Emotion, 19h30), de Robert Zemeckis: e se um desastre ocorre e transforma nossa relação com o tempo? É o que se dá com Tom Hanks no filme, mas ninguém está proibido de pensar no assunto.


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