São Paulo, sábado, 24 de maio de 2008

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SP Underground "empilha texturas"

Coletivo que tem a participação do norte-americano Rob Mazurek lança disco e se apresenta ao vivo

AUDREY FURLANETO
DA REPORTAGEM LOCAL

"Nós não somos, na verdade, uma banda. Somos um coletivo", avisa o percussionista e tecladista Guilherme Granado. O "coletivo" São Paulo Underground conta com o baterista Mauricio Takara, do já conhecido Hurtmold, somado aos nomes de Richard Ribeiro (ex-Debate) e do cornetista norte-americano Rob Mazurek.
Hoje o grupo lança o segundo disco, "The Principle of Intruisive Relationships" (Submarine Records), com apresentação no Studio SP -o último show do clube no atual local. O Studio SP fecha as portas na Vila Madalena e reabre na r. Augusta, no próximo dia 30.
O São Paulo Underground surgiu do encontro dos músicos brasileiros, em 2003, com Mazurek, que, nos Estados Unidos, integra o Chicago Underground. Em 2005, o SPU lançou o primeiro disco, "Sauna: Um, Dois, Três", apresentado em turnê pela Europa, EUA e Canadá. A diferença básica é que, no segundo álbum, há a formação fixa de quarteto.
"Nossa música tem estrutura simples. A gente empilha texturas e dá a sensação de complexidade", diz Mazurek. "É como uma música de rap com texturas emaranhadas." Há a presença forte, segundo Granado, do "instrumental popular brasileiro, como o Clube da Esquina, Baden Powell e Edu Lobo" e de projetos que Mazurek mantém nos EUA, como a Exploding Star Orchestra.

Sem improviso
O pós-rock do SPU, segundo os músicos, está longe da proposta de improviso. "A melodia é muito simples, mas há total respeito à composição. Tudo ali é composto antes, pensado", diz Mazurek. O resultado, completa, é um "som adulto, exigente". "Não adianta fazer isso e querer ter o sucesso da [cantora] Pitty", conclui Granado. Rob Mazurek, que já se apresentou com o trompetista de free jazz Bill Dixon, se denomina artista multimídia. Faz pinturas sincronizadas com música. "Quando pinto, o visual pode ser lido como uma partitura." Em Chicago, ele expôs a instalação "Light Box", em que o público assiste à resposta da luz a estímulos sonoros.


SÃO PAULO UNDERGROUND
Quando:
hoje, às 23h
Onde: Studio SP (r. Inácio Pereira da Rocha, 170, tel. 0/xx/11/3817-5425; classificação: 18 anos)
Quanto: de R$ 15 a R$ 25


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