COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A exposição "Fotoclubistas Brasileiros dos Anos 40 a 70", que ocupa o segundo andar no MIS, é uma amostra de como o fenômeno dos fotoclubes ainda é pouco estudado no Brasil. Nos arquivos geralmente mal conservados dos fotoclubes pelo país, repousa uma produção inquietante, pautada pelo experimentalismo que, vista hoje, ilumina o rumo da fotografia contemporânea brasileira.
Os certames internacionais dos salões fotográficos serviram para difundir por aqui o que havia de inovador na fotografia mundo afora. Funcionava assim uma forma de rede pré-internet que atualizava e globalizava a linguagem fotográfica em escala mundial.
As cópias originais da retrospectiva, muito bem editadas e dispostas em blocos temáticos pelo organizador Iatã Cannabrava, tem preciosidades, sobretudo em algumas colagens e em imagens que se reportam ao surrealismo e ao concretismo. Um relicário que merece maior atenção e revisão.
Com essa mostra e o debate que vai ocorrer hoje, somado à recente mostra de Chico Albuquerque, à exposição "Off Broadway" (de novos documentaristas da Magnum) e à sala permanente com a panorâmica da cidade de São Paulo (feita por Valério Vieira em 1922), o MIS, após anos de crise, volta a se firmar como um dos mais importantes espaços expositivos de fotografia na cidade. (EDER CHIODETTO)


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