São Paulo, sexta-feira, 24 de junho de 2011

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cinema

CRÍTICA TERROR

"A Casa" se resume a pioneirismo técnico

Rodado apenas com câmera fotográfica, longa uruguaio demora a intrigar e acaba em sucessão de tempos mortos

INARA CHAYAMITI
DA TV FOLHA

O primeiro longa latino-americano gravado unicamente com uma câmera fotográfica deve ser lembrado mais por esse feito do que por outros atributos.
No terror "A Casa" (2011), de Gustavo Hernández, a qualidade das imagens feitas com a Canon EOS 5D Mark II é ótima. Além disso, a câmera compacta torna os planos subjetivos envolventes.
Porém o longa não traz novidades de linguagem, e a narrativa demora muito para intrigar o espectador.
O plano-sequência, que proporcionaria a sensação de "medo real em tempo real" prometida pelo diretor, acaba sendo uma sucessão de tempos mortos.
O longa é baseado em um crime da década de 1940 que ocorreu em uma casa de campo no norte do Uruguai, onde dois corpos foram encontrados mutilados ao lado de fotos polaroides dos mesmos. Mas nem o fato de ser "baseado em fatos reais" torna o filme mais interessante.
O que surpreende mesmo em "A Casa", selecionado pelo júri da Quinzena dos Realizadores, do Festival de Cannes, são os baixos custos. A produção custou US$ 6 mil (cerca de R$ 9.600).
Com o uso da câmera fotográfica, economizaram até com a iluminação, feita basicamente com uma lanterna carregada pela protagonista, (Florencia Colucci).
A ideia pode ser boa, mas a falta de luz nos impede de ver objetos que são destacados pela narrativa. As primeiras fotos polaroides que aparecem dão um grande susto na personagem, mas não dizem nada ao espectador simplesmente porque nada se vê.

A CASA

DIREÇÃO Gustavo Hernandéz
PRODUÇÃO Uruguai, 2010
COM Florencia Colucci, Abel Tripaldi e Gustavo Alonso
ONDE nos cines Cinelópolis Iguatemi, Central Plaza, Espaço Unibanco Pompeia e circuito
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO regular


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