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DA RUA
Retratos da
vida
FERNANDO BONASSI
Azulejo quebrado que parece desenho, donde reboco suicida vai pulando. Assim é um guarda-comida
que não se aguenta mais:
dois rombos consertados à
massa plástica sem lixa
nem pintura que novas ferrugens ameaçam, puxadores perdidos, portas desbeiçadas. O mesmo com fogão.
Micro estilhaçado antes de
acabar crediário. Geladeira
seria, se geladeira houvesse.
Quatro anos desempregados e o rapaz ainda desconta na cozinha que foi brinco. A mãe, surda dessas
porradas, desfia milhares
de terços no quarto escuro
das respostas das firmas.
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