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DIAGNÓSTICO
Tratamento só adiou a morte do cantor
JULIO ABRAMCZYK
Redator-médico da Folha
As potentes drogas (etoposide,
ifosamide, vineristina, adriamicina e ciclofosfamida) usadas na
quimioterapia do cantor Leandro
não conseguiram impedir o crescimento do tumor.
O atendimento médico foi adequado. Mas a invasão do mediastino (a região central do tórax), produzida pelo crescimento do tumor
de Askin (um câncer originário de
célula embrionária), levou à compressão de importantes estruturas, provocando a morte do cantor.
Se ele não tivesse feito nenhum
tratamento, provavelmente sua
morte teria ocorrido antes.
A compressão provocada pelo
tumor, aliada à possível toxicidade
provocada pelas drogas, levou a
uma queda do estado clínico geral.
Nesta situação, surge a falência de
múltiplos órgãos.
No sistema cardiocirculatório,
aparece a hipotensão (queda da
pressão arterial), que se encaminha para o choque que, por sua
vez, acaba impedindo a atividade
dos rins.
Os pulmões apresentam dificuldade respiratória e, mesmo com
ajuda de aparelhos de assistência
ventilatória, a oxigenação se torna
precária.
Com a falência progressiva e sequencial de quase todos os órgãos
do organismo, que param de
atuar, e com o sistema de defesa
(sistema imunológico) já precário,
pode surgir uma infecção generalizada (septicemia).
Nesta combinação letal, muitas
vezes inexorável por melhores que
sejas as medidas tomadas, o resultado é fatal.
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