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Orientação pode evitar armadilhas, dizem psicólogas
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Psicólogas que trabalham
com terapias familiares e infantis apontam falhas na comunicação entre pais e filhos como os principais fatores que podem facilitar o
acesso de crianças a armadilhas da internet e ao risco da
pedofilia, como acontecerá
em "América".
Para a psicóloga Robertha
Haddad Marinho, 26, os pais
devem orientar os filhos sobre os riscos da internet. "A
criança precisa se sentir à
vontade para perguntar",
diz. "É uma oportunidade de
as famílias repensarem o papel delas diante de uma realidade relativamente nova."
A psicóloga Miriam Calisman, 38, também acha que é
preciso falar abertamente.
"É importante que a criança
e o adolescente tenham hora
e limites para entrar na internet. Quando as coisas são
claras, fica mais fácil de eles
respeitarem", diz.
Nem toda relação entre
uma criança e um adulto, no
entanto, deve ser vista como
crime, sinaliza a psicanalista
Anna Verônica Mautner, colunista da Folha. "Não havendo violência (beijar,
apalpar, acariciar e tocar),
me parece apenas uma relação contida e difícil, mas, se
nada ocorrer, por que chamar isso de pedofilia? O simples contato entre um adulto
e uma criança não pode ser
visto como pecaminoso",
diz. "A ênfase é no abandono da família e de limites,
não na pedofilia, pois o adulto poderia até matar a criança se fosse sua intenção."
Investigações
Uma delegacia especial
trabalha na repressão da pedofilia na internet desde
2001 em São Paulo. No Rio,
também há um órgão especializado. "Por meio de denúncias, investigamos e fiscalizamos os sites, identificamos máquinas e usuários",
diz o delegado Antonio Augusto Rodrigues da Silva, da
Delegacia de Meios Eletrônicos da Divisão de Investigação do Deic (Departamento
de Investigações sobre o Crime Organizado).
As denúncias em São Paulo podem ser feitas pelo e-mail 4dp.dig.deic@policiacivil.sp.gov.br, pelo telefone 0800 156315 ou pessoalmente.
(MB)
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