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Chanchadas sustentaram estúdio, fundado em 41
da Sucursal do Rio
A Atlântida foi fundada em setembro de 1941, por Moacir Fenelon e José Carlos Burle, com uma
proposta: fazer um cinema de
qualidade e que atingisse o grande público.
Em sua primeira fase, produzia
basicamente documentários
-que deram origem aos cinejornais, mantidos até meados dos
anos 80.
O primeiro deles foi um registro
do 4º Congresso Eucarístico, realizado em São Paulo em 1941. Como o filme ficou com uma duração intermediária entre um curta
e um longa, os fundadores da
Atlântida decidiram uni-lo a um
outro produto para exibição.
Foi assim que, nos cinemas, as
cenas do Congresso Eucarístico
foram exibidas em conjunto com
"Astros em Desfile" -uma espécie de parada de sucessos com artistas como Emilinha Borba e
Luiz Gonzaga.
"A Atlântida começou com um
produto paradoxal", diz o coordenador do acervo do estúdio,
Eduardo Giffoni.
O primeiro sucesso surgiu em
1943, com "Moleque Tião", filme
dirigido por José Carlos Burle,
com Grande Otelo no elenco. Mas
uma sequência de filmes "sérios"
trouxe prejuízos para o recém-criado estúdio.
"A opção foi começar a fazer as
chanchadas, que sustentavam
com seus lucros o chamado cinema sério", conta Giffoni.
Oscarito, o grande astro da
Atlântida, chegou aos estúdios
em 1944 e, no ano seguinte, começou sua parceria com o diretor
Watson Macedo, responsável pelo período dos musicais feéricos,
como "Carnaval no Fogo", realizado em 1949.
Carlos Manga chegou em 1953,
trazendo uma mudança: os musicais hollywoodianos de Macedo
são substituídos pela paródia e
pela ironia.
Assim, o clássico "Sansão e Dalila", de Cecil B. de Mille, se transforma em "Nem Sansão nem Dalila"; a guerra fria é ironizada em
"O Homem do Sputnik"; e "Matar ou Correr" faz uma paródia
sobre "Matar ou Morrer", de Fred
Zinnemann.
O último filme produzido pelo
estúdio foi "Os Apavorados", dirigido por Ismar Porto em 1962.
Hoje, a Atlântida sobrevive do
que recebe pela cessão de seu
acervo para utilização em filmes,
documentários e programas de
televisão.
Um projeto realizado em conjunto com a RioFilmes vem lançando, em vídeo, alguns dos longas produzidos.
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