da Sucursal do Rio

A proposta de restauração de "Aviso aos Navegantes" é a ponta de um projeto que pretende recuperar dez dos longas produzidos pela Atlântida.
Desde sua fundação, em 1941, até 1962, a Atlântida produziu 66 longas. Hoje restam apenas 35 -um deles, "Assim Era a Atlântida" (1974), é um documentário feito pelo diretor Carlos Manga com trechos dos principais filmes produzidos pelo estúdio.
"O filme mais antigo que temos guardado é "Fantasma por Acaso" (1946), que precisa ser restaurado. Grande parte da produção se perdeu não só no incêndio de 1952, mas depois em uma inundação que atingiu os estúdios em 1971", diz o coordenador do acervo da Atlântida, Eduardo Giffoni.
"Aviso aos Navegantes", dirigido, em 1951, por Watson Macedo, reúne praticamente todas as estrelas da chanchada brasileira. Estão lá Oscarito, Grande Otelo, Anselmo Duarte, Eliane, Adelaide Chiozzo, José Lewgoy e Ivon Curi (em sua estréia no cinema).
Há números musicais antológicos, como Oscarito cantando "Toureiro de Cascadura"; Emilinha Borba, com "Tomara que Chova"; e a dupla Eliana e Adelaide Chiozzo, com "Beijinho Doce".
"São nesses filmes que se recuperam os costumes, a linguagem e o modo de vida de uma época. Por isso não podemos perdê-los", diz Myrna Brandão, coordenadora do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro no Rio.
A entidade é parceira da Atlântida no projeto apresentado ao MinC para restaurar o filme.
Na lista da Atlântida, como prioridade para restauração, consta ainda "A Sombra da Outra", também dirigido por Watson Macedo, com Anselmo Duarte, Eliana e Rocyr Silveira.
Entre os filmes perdidos está "Moleque Tião" (1943), primeiro longa de ficção produzido pela Atlântida.
Também não existem mais "Este Mundo É um Pandeiro" (1946), "Carnaval no Fogo" (1949), "Guerra ao Samba" (1955) e outros 31 filmes. (CRISTINA GRILLO)


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