São Paulo, segunda, 24 de agosto de 1998 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice A TERCEIRA MARGEM DO RIO Oco de pau que diz: Eu sou madeira, beira Boa, dá vau, tristriz Risca certeira Meio a meio o rio ri Silencioso sério Nosso pai não diz, diz Risca terceira Água da palavra Água calada pura Água da palavra Água de rosa dura Proa da palavra Duro silêncio, nosso pai. Margem da palavra Entre as escuras duas Margens da palavra Clareira, luz madura Rosa da palavra Puro silêncio, nosso pai Meio a meio o rio ri Por entre as árvores da vida O rio riu, ri Por sob a risca da canoa O rio viu, vi O que ninguém jamais olvida Ouvi ouvi ouvi A voz das águas Asa da palavra Asa parada agora Casa da palavra Onde o silêncio mora Brasa da palavra A hora clara, nosso pai Hora da palavra Quando não se diz nada Fora da palavra Quando mais dentro aflora Tora da palavra Rio, pau enorme, nosso pai. Canção de Caetano Veloso e Milton Nascimento, que será interpretada por Guto Lacaz Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
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