FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Santos

O mineiro Toninho Horta, um dos mais prolíficos músicos do chamado Clube da Esquina, de Milton Nascimento, ensaia uma redescoberta pessoal do Brasil.
Guitarrista, violonista e compositor radicado em Nova York desde 1990 e consagrado no meio jazzístico de EUA, Japão e Europa, Horta prepara uma reaproximação com as platéias brasileiras por meio do relançamento de toda a sua discografia e de uma agenda regular de shows pelo país.
O primeiro passo dessa estratégia é uma miniturnê paulista, com uma série de apresentações que se inicia amanhã em São Paulo e tem sequência em Santos (quarta), São José dos Campos (quinta), Campinas (sexta) e de novo São Paulo (dia 1º). Duas semanas depois, estréia no Rio.
Horta vai aproveitar os shows para fazer a divulgação da edição nacional do CD "Serenade", registro ao vivo de um show em Seul (Coréia), lançado em 97 pelo selo americano Truspace Records.
A versão brasileira de "Serenade" está chegando às lojas brasileiras editada pelo selo Aqui, Oh!, criado pelo próprio Horta.
"Meu selo terá duas vertentes: servirá basicamente para divulgar meu trabalho no Brasil e para documentar a memória musical e coisas do folclore mineiro. Outra possibilidade, no futuro, é transformá-lo em um selo nacional de música instrumental brasileira", afirmou o compositor.
Por intermédio do novo selo, ele pretende colocar no mercado brasileiro os seus 15 discos, a maior parte lançada só no exterior.
O lote de relançamentos incluirá desde a raridade "Beto Guedes, Danilo Caymmi, Novelli, Toninho Horta" (1973), o primeiro, em que os quatro compositores dividiram o espaço no vinil, até "From Tom to Tom", o mais recente, tributo a Tom Jobim (veja texto nesta página).
"Se você perguntar se meu trabalho no Brasil vingou, eu diria que sim, pelo lado dos críticos e dos músicos. Mas sem discos no mercado brasileiro, as novas gerações não vão aos shows, porque não me conhecem", declarou.
Parceiro frequente em excursões e gravações de gente como Pat Metheny e Wayne Shorter, Horta retornou há duas semanas de uma temporada pela Itália com o flautista italiano Nicola Stilo.
Nos shows da turnê paulista, Horta vai fazer exibições solo (voz e violão) em São Paulo e apresentações em duo e em trio.
Os músicos convidados para esses shows são o percussionista brasileiro Rogério Boccato e o violinista austríaco Rudi Berger.
De origem erudita, Berger fundou, em 77, a Viena Art Orchestra. Em 85 e 86, ganhou os prêmios de melhor violinista de jazz do ano da revista européia "Jazz Live".
Boccato, baterista e percussionista da Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo, tem trabalhos com Tom Jobim e Arturo Sandoval, entre muitos outros.


Show: Serenade Artista: Toninho Horta Quando: dia 25, no Villagio Café (em São Paulo), dia 26, no Sesc Santos, dia 27, no Sesc São José dos Campos, dia 28, no teatro do Centro de Convivência (em Campinas), e dia 1º de setembro, no Sesc Pinheiros (SP)


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