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Duetos insólitos comprometem
trabalho
do enviado ao Rio
O produtor Robertinho do Recife diz que um disco como "Casa
do Forró" visa promover "encontros memoráveis".
O encontro entre Alcione e Antonio Barros & Cecéu faz justiça à
frase. Mas ouvir Maurício Mattar e
Elymar Santos interpretando forró é tão memorável quanto a extração de um dente de siso.
Qual o critério para se juntar nomes como Zé Ramalho, Dominguinhos e Quinteto Violado com o
sambaxé do Terrasamba e a desafinação hedionda do galã-cantor
Maurício Mattar.
Não que discos de duetos devam
trazer apenas parcerias consoantes. O contraste muitas vezes dá
sabor a esse tipo de trabalho.
É o caso da interpretação de "Isso Aqui Tá Bom Demais", com
Zeca Baleiro e o Trio Nordestino,
ou do "crossover" entre forró e
rock promovido por Lenine e Frejat em "Pagode Russo", que,
mesmo sem ter funcionado perfeitamente, foi uma mistura criativa.
Duetos totalmente heterogêneos, no entanto, podem ter resultados infelizes. Marinês, cantora
com 50 anos de carreira que já gravou sucessos como "Por Debaixo
dos Panos" merecia companhia
melhor do que Elymar Santos, célebre por músicas que falam de
tórridas paixões de motel.
Pelo menos uma das duplas casou perfeitamente bem: Falcão e
Genival Lacerda, que interpretaram "Talco no Salão", música
cuja letra irreverente condiz com o
bom-humor que caracteriza o trabalho de ambos.
As escolhas infelizes de muitas
duplas foram compensadas ao final da apresentação, quando Dominguinhos, após ter interpretado
"O Casamento da Raposa", voltou ao palco para homenagear
Luiz Gonzaga, com uma bela leitura de "Vida de Viajante".
(BG)
O jornalista Bruno Garcez viajou ao Rio a convite da gravadora PolyGram
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