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SÉRIE
Maturidade guia "Cidade dos Homens"
ESTHER HAMBURGER
ESPECIAL PARA A FOLHA
Acerola, personagem de Douglas Silva, o talentoso menino que
sonha em ser engenheiro, e Laranjinha, o garoto namorador, interpretado por Darlan Cunha, se
tornaram adolescentes.
Começa hoje a terceira temporada de "Cidade dos Homens",
composta de cinco episódios,
com direção geral de Paulo Morelli, sobre as desventuras amorosas, sexuais e reprodutivas dos jovens heróis.
Hoje, "A Estréia" retoma o tema
de "Sábado", da temporada passada, mas desta vez os meninos
vão mais fundo na paquera, com
direito ao primeiro amor.
Este ano há continuidade entre
um episódio e outro. Na próxima
sexta-feira, "Foi sem Querer" vai
surpreender ao intervir no drama
das meninas pobres de hoje. Acerola e Laranjinha enfrentam situações provocativas envolvendo
gravidez e aborto.
No quarto episódio, a dupla de
amigos do morro carioca vem a
São Paulo conhecer a cena hip
hop, circula na periferia, nos calçadões e nas galerias do centrão.
Testam nas sisudas terras paulistanas o que vem ganhando a marca de um "método" próprio de
criação, que inclui a improvisação
de falas.
"Cidade dos Homens", rodado
com uma câmera só, em 16mm,
admite a produção independente,
incorpora cenários e referências
culturais do morro, até recentemente ignoradas pela ficção televisiva. Trabalha com atores locais
que foram se formando ao longo
dessa experiência, que se iniciou
com o piloto "Palace 2", exibido
em dezembro de 2000.
O episódio de hoje talvez seja
mais verbal que de hábito, mas retoma com eficiência o universo
dos capítulos anteriores. O uso de
flashbacks vai alinhavando a história, preparando o caminho para
o longa, que pretende, ao final da
próxima temporada, encerrar um
projeto que inova em forma, conteúdo e estrutura de produção.
CIDADE DOS HOMENS. Quando: hoje,
às 23h20, na Globo
Esther Hamburger é antropóloga e
professora da ECA-USP
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