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ESTRÉIA
Série mostra que sexo é coisa de mulher
NINA LEMOS
COLUNISTA DA FOLHA
Masturbação, troca de casais,
fantasias sexuais e sexo e mais sexo. Esses são o principais assuntos da série "Bliss", que estréia hoje no GNT. Normal, se os episódios não tivessem sido escritos e
dirigidos exclusivamente por mulheres. Prova de que o repertório
televisivo feminino pode ir muito
além do trivial "cozinha-filhos-casamento-compras".
Os episódios não conversam
entre si como uma série convencional. Funcionam independentes. O que os liga é o sexo e o desejo. No de estréia, que é exibido
nesta madrugada, "Louvor à Bebedeira e à Fornicação", uma mulher de 40 e poucos anos incentiva
um casal amigo a praticar, com
ela e o marido, troca de casais. No
preâmbulo, avisa para eles que é
"uma anarquista". No dia seguinte ao suingue, diz que nunca se
sentiu tão bem na vida.
As cenas de sexo são -se não
explícitas- provocantes, mais do
que em qualquer outra série feita
para mulheres já exibida por aqui.
O segundo episódio, "A Trilha
das Rosas" mostra mais ainda que
são, sim, as mulheres que estão no
comando da série. E com disposição para provocar. Nele, uma lutadora de judô assusta o namorado por querer praticar sexo violento. O homem, sensível, acha
que a mulher é perturbada. Em
um dos melhores momentos, a
moça convida o sujeito para uma
caminhada com o objetivo de fazer sexo ao ar livre. "Mas eu ainda
não guardei as compras", ele diz,
numa divertida troca de papéis.
A direção e a atuação em "Bliss"
não tem nada de perfeição hollywoodiana. Pelo contrário. Tanto o
desempenho dos atores como o
figurino soam mais à caricatura
de cinema independente (não os
geniais, os toscos). Mas, nesse caso, o que vale é a intenção.
Não é todo dia que vemos na TV
um homem respondendo para
uma mulher "caliente": "Eu não
entendo você, não quero fazer sexo, quero fazer amor". Ainda
mais em um canal comportadinho como o GNT.
Bliss
Quando: hoje, à 0h30, no GNT
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