São Paulo, sábado, 24 de setembro de 2005

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ESTRÉIA

Série mostra que sexo é coisa de mulher

NINA LEMOS
COLUNISTA DA FOLHA

Masturbação, troca de casais, fantasias sexuais e sexo e mais sexo. Esses são o principais assuntos da série "Bliss", que estréia hoje no GNT. Normal, se os episódios não tivessem sido escritos e dirigidos exclusivamente por mulheres. Prova de que o repertório televisivo feminino pode ir muito além do trivial "cozinha-filhos-casamento-compras".
Os episódios não conversam entre si como uma série convencional. Funcionam independentes. O que os liga é o sexo e o desejo. No de estréia, que é exibido nesta madrugada, "Louvor à Bebedeira e à Fornicação", uma mulher de 40 e poucos anos incentiva um casal amigo a praticar, com ela e o marido, troca de casais. No preâmbulo, avisa para eles que é "uma anarquista". No dia seguinte ao suingue, diz que nunca se sentiu tão bem na vida.
As cenas de sexo são -se não explícitas- provocantes, mais do que em qualquer outra série feita para mulheres já exibida por aqui.
O segundo episódio, "A Trilha das Rosas" mostra mais ainda que são, sim, as mulheres que estão no comando da série. E com disposição para provocar. Nele, uma lutadora de judô assusta o namorado por querer praticar sexo violento. O homem, sensível, acha que a mulher é perturbada. Em um dos melhores momentos, a moça convida o sujeito para uma caminhada com o objetivo de fazer sexo ao ar livre. "Mas eu ainda não guardei as compras", ele diz, numa divertida troca de papéis.
A direção e a atuação em "Bliss" não tem nada de perfeição hollywoodiana. Pelo contrário. Tanto o desempenho dos atores como o figurino soam mais à caricatura de cinema independente (não os geniais, os toscos). Mas, nesse caso, o que vale é a intenção.
Não é todo dia que vemos na TV um homem respondendo para uma mulher "caliente": "Eu não entendo você, não quero fazer sexo, quero fazer amor". Ainda mais em um canal comportadinho como o GNT.


Bliss
Quando:
hoje, à 0h30, no GNT


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