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ELETRÔNICA
O tecladista do Beastie Boys mostra pela primeira vez seu trabalho solo em show hoje no Rio de Janeiro
Money Mark quer tocar por três horas
DA REPORTAGEM LOCAL
É famosa a história de como o
carpinteiro Mark Ramos Nishita
se tornou o quarto "Beastie Boy":
ele estava consertando o portão
da casa do trio, em Los Angeles, e
um deles simpatizou com o figura, convidou-o para uma festa e,
lá, Nishita deu um show nos teclados... e virou Money Mark.
Foi esse norte-americano, descendente de japoneses e mexicanos, quem incrementou o som do
mais famoso grupo de hip hop,
tocando em discos como "Check
Your Head" (1992) e em dezenas
de shows do trio, incluindo o que
eles fizeram no Brasil, em 1995.
Em sua volta ao país, como atração da edição carioca do festival
Nokia Trends, que acontece hoje,
no Cais do Porto, Money Mark
gostaria de tocar por três horas,
"mas acha que não poderá".
"Não me restrinjo a um estilo:
há músicas instrumentais, outras
com vocais, em pop, rock", conta
Mark -que se recusa a dizer a
idade, apenas que nasceu na década de 60-, sobre a apresentação.
Desde que Money Mark lançou
seu segundo disco solo, "Push the
Button", em 1998, produzido pelo
brasileiro Mario Caldato Jr. e
marcado por uma mistura de
lounge music, pop, rock e eletrônica, não se ouve falar dele por
aqui. Pura falta de interesse das
gravadoras: "Tenho feito muitas
músicas e trabalhado em projetos
novos o tempo todo. "Change Is
Coming" [2001] é um disco todo
instrumental", diz ele. "Mas, como ele saiu próximo ao 11 de Setembro [data do ataque terrorista
ao World Trade Center], tive de
cancelar a turnê."
Depois disso, Mark lançou ainda o EP "Demo or Demolition"
(2004), que ele considera "raivoso", com distorções e influências
de indie rock e folk, e "Father Demo Square", que saiu neste ano
no Japão. "Tenho um disco novo,
que terminei de gravar na semana
passada [cerca de um mês], mas
não deve sair no Brasil", lamenta
o músico. "Todos os meus álbuns
serão relançados em 2006."
Nessas produções, Money Mark
volta a ser "carpinteiro", fazendo
um trabalho solitário. "Tem sido
minha tradição. No próximo CD,
toco tudo sozinho. Quando há
convidados, são para instrumentos que não toco muito bem, como a bateria, por exemplo."
Essa característica levou a afirmações de que Mark não gostava
de utilizar recursos tecnológicos.
"Acho que as pessoas não me entenderam. Naquele época [do primeiro disco], onde morava não
havia alta tecnologia. Nunca disse
que não gostava. O que gosto é de
um meio termo entre a "old" e a
"new school". Acho bom quando
novos e velhos estilos se juntam."
(ADRIANA FERREIRA)
Money Mark - Nokia Trends RJ
Quando: hoje, a partir das 19h
Onde: galpões 5 e 6 do Cais do Porto (r.
Rodrigues Alves, pça. Mauá, centro)
Quanto: R$ 90 (meia-entrada: R$ 45)
Inf.: www.nokiatrends.com.br
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