São Paulo, domingo, 24 de setembro de 2006

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Ser vilão está na moda

O novelista de "Páginas da Vida" fala sobre o novo escândalo político e diz que vai usar o assunto em sua polêmica trama

LAURA MATTOS
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

"Eu fiquei apaixonado pelo Freud." Manoel Carlos refere-se ao assessor do presidente Lula, envolvido no escândalo político que está nas manchetes dos últimos dias. O autor de "Páginas da Vida" adoraria fazer dele um personagem de novela. Afinal, "os vilões estão na moda", diz o novelista, 73, que não usa mais mocinhas e mocinhos clássicos em suas tramas. "O público não gosta mais." O novelista lança amanhã o livro "A Arte de Reviver" (ed. Ediouro, 234 págs., R$ 29,90), uma coletânea de crônicas. Em entrevista à Folha, ele revela suas escolhas políticas, conta que esse tema entrará em "Páginas da Vida" e comenta os assuntos mais polêmicos da novela das oito da Globo, sintonizada por 71% dos domicílios com TV ligada no horário.  

FOLHA - Freud, Lorenzetti, Vedoin, Gedimar, Valdebran. Os nomes do novo escândalo envolvendo o PT dariam bons personagens de novela?
MANOEL CARLOS
- Ah! Eu fiquei apaixonado pelo Freud. Inclusive porque algumas pessoas o chamam de "freude" porque não sabem ler certo. Freud é maravilhoso. E é chefe de segurança, praticamente colaborador íntimo do presidente!

FOLHA - A trama do Freud é assimilável pela população até a eleição?
MANOEL CARLOS
- Acho que nem se houvesse mais tempo isso iria refletir nas eleições. Com metade de tudo o que já apareceu na imprensa, o Collor seria derrubado. O PC Farias era amador perto desses. Mas o Lula tem grande respaldo popular, veio de baixo e conquistou a simpatia não só do povão, mas de parte da "intelligentsia", dos artistas, aglutinou muita gente. Eu votei a vida inteira no Lula.

FOLHA - Se a legislação não vetasse política nas novelas em época de eleições, o sr. abordaria o tema?
MANOEL CARLOS
- Claro, seria importantíssimo para a novela. Vou falar de política assim que acabar a eleição. O personagem vai abrir o jornal e comentar: "Você viu o que o Lula fez?".


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