|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
OPINIÃO
Drama ineficaz e nada emocionante
tem pouca chance de comover Academia
ANA PAULA SOUSA
DE SÃO PAULO
Sabe-se, há muito tempo,
que os votantes da Academia
de Hollywood que têm tempo
e paciência para ver todos os
inscritos na categoria filme
estrangeiro costumam apresentar certa queda pelas histórias edificantes e emocionantes e pelos filmes de linguagem mais clássica.
O Brasil, por sua vez, costuma orientar a comissão encarregada de eleger nosso
"candidato a candidato" a
escolher o filme "com mais
chances" ao prêmio. Ou seja,
não seria papel dos integrantes do grupo defender, necessariamente, o filme que consideram "o melhor".
Pode ser um critério discutível, mas não deixa de ser
um critério. Acontece que,
neste ano, o filme selecionado não parece encaixar-se
em nenhuma das definições.
"Lula, o Filho do Brasil" é,
em termos cinematográficos,
convencional como um melodrama dos anos 30 com seu
herói planificado.
A crítica, não por acaso,
torceu o nariz para a direção
de Fábio Barreto.
Por mais que os produtores tentassem dizer o contrário, não se tratava de simpatia ou antipatia política. Era
de cinema que se falava.
A ineficácia da produção,
como produto, comprovou-se nas bilheterias. O enredo
previsível fez com que, no
boca a boca, o filme encolhesse ao invés de crescer.
Se nem "Dois Filhos de
Francisco" -esse sim, um
melodrama competente e popular- comoveu os estrangeiros, é difícil imaginar que
"Lula" vá quebrar o jejum
brasileiro de Oscars.
Texto Anterior: Brasil indica "Lula" para vaga no Oscar Próximo Texto: Argentino censurado na Bienal insiste em continuar na exposição Índice | Comunicar Erros
|