São Paulo, quarta-feira, 24 de outubro de 2001
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João Pessoa, na Paraíba, sedia encontro de palhaços e artistas populares de todo o mundo Ataque de risos
VALMIR SANTOS FREE-LANCE PARA A FOLHA Já que a Terra é azul, não custa acrescentar-lhe um nariz vermelho. Artistas populares vindos de vários cantos do planeta, que gravitam sobre o ofício do palhaço, vão formular em João Pessoa (PB) um "remédio" para tanto mal-estar na sociedade contemporânea: o riso. Rides, convoca "O Riso da Terra", evento que acontecerá de 18 de novembro a 2 de dezembro na capital paraibana. Reunirá artistas de circo, de rua, de palco e de outras variantes da universal cultura popular, como concebe o ator e palhaço (Xuxu) Luiz Carlos Vasconcelos, 47. Em tempos de tragédias, elas também globalizadas, o encontro se configura em boa hora, na avaliação de Vasconcelos, um dos idealizadores e devoto da sincronicidade. "Não poderia haver momento mais propício para celebrar o riso, o lado criativo do homem", afirma o também encenador da escola e grupo teatral Piollin ("Vau da Sarapalha"). E, ainda, rosto marcante na rediviva produção do cinema nacional ("Baile Perfumado", "Eu Tu Eles", "Abril Despedaçado"). A primeira semana abrigará oficinas. A segunda, o "Encontro de Palhaços" e o "Fórum do Riso", conjugação de pensadores e "fazedores" de arte. São cerca de 30 atrações internacionais, entre representantes da Europa, Oceania, África e Américas do Sul e do Norte. Do Brasil, participam 80 artistas ou grupos contemporâneos que têm em comum a linguagem do circo. Uma "Feira de Arte Cômica" atravessará o evento de ponta a ponta com cerca de 800 nomes da "nata do universo do saber popular", em sua maioria talentos anônimos do Nordeste, como repentistas, emboladores, artesãos, papangus, caboclinhos, bonequeiros, vendedores de cordel e até de raízes medicinais. No encerramento, "O Riso da Terra" lançará a "Carta da Paraíba", documento a ser elaborado por artistas e pensadores. O público incluirá sugestões por meio do site www.risodaterra.com.br. "O conteúdo da carta dirá muito sobre a intenção desse encontro, uma declaração pela paz. É hora do riso, não de bombas. Somos absolutamente iguais quando rimos", diz Carvalho sobre o ato demasiado humano de contrair os músculos da face independentemente de credo, classe, cultura. Daí a busca de apoio, ainda não sacramentado, de organismos como ONU e Anistia Internacional. Esforço para jogar luz sobre uma necessidade tão humana quanto a comida. Texto Anterior: Programação de TV Próximo Texto: Evento tenta fechar orçamento de R$ 1,2 mi Índice |
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