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"Reality" vai ao paredão
Estudo norte-americano conclui que gênero de programa de TV vai entrar em decadência
DANIEL CASTRO
COLUNISTA DA FOLHA
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO
Boa notícia para os detratores
dos "reality shows": eles estão, pela primeira vez desde que estouraram, em 2000, em decadência na
TV americana, uma das que mais
influenciam a brasileira.
Estudo da consultoria americana Magna Global, divulgado na
semana passada, conclui que os
"reality shows" estão passando
por uma "bolha" nos EUA. E essa
"bolha" deve estourar ainda na
atual temporada da programação
da TV americana, que começou
em setembro e vai até meados do
ano que vem.
A "bolha" é o seguinte: nesta
temporada, o número de horas
ocupadas pelos "realities" nas seis
principais redes abertas dos EUA
dobrou, de dez horas semanais na
temporada 2003/04 para 20 horas
na atual. Os "realities", que até então só tinham tirado espaço de filmes, "game shows" e programas
jornalísticos, pela primeira vez
ocuparam terreno do programa
mais tradicional da TV americana, o seriado, que está para os
EUA como a novela para o Brasil.
Os seriados, que na temporada
passada ocuparam 73 horas semanais das TVs abertas, nesta estação caíram para 63 horas, segundo a Magna Global, empresa
do grupo Interpublic, que controla ou é sócia de agências de publicidade do mundo inteiro, entre
elas a gigante McCann-Erickson.
Analista de audiência e vice-presidente da Magna Global, Steve Sternberg disse à Folha que na
"mid-season" (a meia temporada
da TV dos EUA, em fevereiro) os
"reality shows" já terão perdido,
para os seriados, cinco das dez
horas que conquistaram. E que,
na temporada de 2005/06, já terão
perdido todas as dez horas.
A razão, afirma ele, é simples.
Apesar de em maior número, os
"reality shows" não estão sendo
tão felizes como antes no ranking
de audiência da TV americana.
Dos 20 programas mais vistos
na penúltima semana, segundo o
Nielsen (o Ibope dos EUA), só três
são "realities". O mais bem-colocado, "Survivor: Vanuatu", aparece em sexto lugar. "O Aprendiz
2", com Donald Trump, cuja primeira edição liderou a audiência
no início do ano, amarga o 12º lugar. Por outro lado, novas séries,
que estrearam em setembro, estão bombando. É o caso de "Desperate Housewives" (em terceiro
lugar), "CSI: NY" e de "Lost".
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