São Paulo, domingo, 24 de outubro de 2004

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CRÍTICA

Álbum mostra fusão conceitual inspirada da vida real

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Existe uma certa sonoridade específica brasileira dos anos 70 que se tornou cult em todo o mundo. É um som pós-bossa nova e pós-tropicalismo, calcado na música negra, quando músicos brasileiros estavam em sintonia com as tendências mundiais, dialogando com o funk e a fusion, importantes revoluções sonoras da época. A combinação era geralmente formada por piano elétrico improvisado, guitarra com wah-wah, baixo elétrico com ritmo forte e bateria dançante. Em "Mailbag Blues", além desses elementos, completam a equação solos frenéticos de sax, além de sintetizadores e percussão.
Com a cabeça em grupos como Weather Report e na fase fusion de Miles Davis, mas passando também por funk, rock progressivo, blues e bossa nova, os seis músicos do álbum, mais Ronald Biggs, criaram composições que envelheceram com o tipo de sonoridade que se tornou o Santo Graal da música dos anos 70.
São nove faixas longas e improvisadas, com nomes como "Conspiracy", "Robbery", "Escape" e "Liberdade", que seguem a cronologia da vida de Biggs.
É, portanto, um álbum conceitual, com todas as faixas amarradas pela história do gatuno inglês que, em 1963, planejou com 16 comparsas o roubo que se tornaria histórico, ao conseguirem levar 2,6 milhões de libras de um trem postal noturno.
Acontece que, amadores, foram descobertos e capturados, sendo condenados a penas de até 30 anos. Na cadeia, eram forçados a costurar sacos de correios (daí o nome do álbum). Mas, pouco mais de um ano depois, veio a fuga e a vida regada a caipirinhas no Rio de Janeiro. (RE)


MAILBAG BLUES
    
ARTISTA: RONNIE BIGGS/BRUCE HENRY
GRAVADORA: WHATMUSIC
QUANTO: R$ 65 (IMPORTADO)



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