São Paulo, domingo, 24 de outubro de 2004

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CINEMA

A partir de segunda, vão livre do museu terá telão para exibir cinco longas do evento, entre clássicos e estreantes

Masp abriga 300 não-pagantes da Mostra

LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DA REDAÇÃO

A partir de amanhã, em plena segunda-feira, o trânsito na região da avenida Paulista poderá ter um visual no mínimo diferente das habituais luzes de freios dos automóveis.
É que o Museu de Arte de São Paulo, o Masp, passa a integrar o circuito da 28ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e sedia uma sessão diária, às 19h30, dos longas-metragens previstos para o festival. E, o melhor de tudo, será de graça.
Até sexta, no cenário do vão livre do museu projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi, um telão de cinema exibe produções -recentes e uma obra-prima- da Alemanha, Iugoslávia, França e Estados Unidos.
Essas sessões não terão ingressos para serem retirados com antecedência, como vem acontecendo com as apresentações pagas no quiosque oficial do evento, localizado no Conjunto Nacional, também na avenida Paulista.
As senhas serão distribuídas alguns minutos antes da projeção e no próprio local, que estará isolado para permitir a entrada somente dos 300 felizardos que conseguirem um ingresso. A antecedência, neste caso, provavelmente não será de muita valia. O risco de empurra-empurra é grande.
A princípio não deve haver um evento paralelo à exibição, embora a assessoria de imprensa da Mostra tenha informado que a organização não descarta um bate-papo ou introdução de algum diretor "que esteja disponível".

Programação
Para quem não quer pagar os R$ 11 (ou até R$ 13, dependendo do dia da semana em que for a sessão) de ingresso, esta é uma boa oportunidade para poupar dinheiro. Há filmes que devem levar grande público às salas, como por exemplo "Questão de Imagem", da popularesca Agnès Jaoui, e a versão norte-americana para outro sucesso, o argentino "Nove Rainhas", que é transportado para Los Angeles pelas mãos do estreante Gregory Jacobs, com John C. Reilly e Diego Luna nos papéis que foram de Ricardo Darín e Gastón Pauls. Resta saber se o resultado é tão bom quanto o original.
Os cinéfilos que gostam de explorar novas cinematografias têm também a sua chance com "O Milagre de Berna", do alemão Sönke Wortmann. E há uma figurinha fácil da Mostra, o iugoslavo Emir Kusturica e seu "A Vida É um Milagre", que concorreu no último Festival de Cannes.
O projeto fecha com chave de ouro, ao exibir o clássico de um dos grandes mestres de todos os tempos: "A Noite Americana", homenagem ao mundo do cinema feita por François Truffaut.
Segundo Leon Cakoff, curador da Mostra de Cinema de São Paulo e ex-programador das antigas sessões no Masp, o critério para a escolha dos filmes foi "o mesmo usado para as outras salas".
Só não se sabe se a sessão será acompanhada de pipoca. É que a organização não confirmou se o público poderá entrar no espaço portando alimentos.

De graça
E por falar em economia, o evento ainda promove uma exposição na Faap de fotografias dos cineastas Amos Gitai e Abbas Kiarostami, que também têm obras revistas em retrospectivas pela cidade.
Vale uma espiada ainda nas sessões na galeria Olido, CEU Curuçá (na zona leste), MIS e Centro Cultural São Paulo. Todas sem precisar meter a mão no bolso.


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