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Moscow City Ballet apresenta clássicos da dança
Em primeira turnê pelo Brasil, companhia russa mostra "Romeu e Julieta" e "Dom Quixote" no Teatro Municipal
Grupo conta com 60 bailarinos, com a idade média entre 23 e 26 anos, a maioria formada nas principais escolas da Rússia
INÊS BOGÉA
CRÍTICA DA FOLHA
O Moscow City Ballet (MCB)
faz sua primeira turnê pelo
Brasil. Passou pelo Rio de Janeiro, chega a São Paulo nesta
semana e segue depois para
Salvador, Aracaju e Recife,
apresentando montagens de
"Romeu e Julieta","Don Quixote" e "Lago dos Cisnes".
Fundada em 1988 por Victor
Smirnov-Golovanov, 72, ex-bailarino do Bolshoi, a companhia é dirigida por ele e por
Ludmila Nerubashenko. "Nossa companhia nasceu junto
com a nova liberdade adquirida
pela Rússia; e acho que agora
sentimos mais liberdade ainda
do que antes", diz Golovanov
em entrevista, por e-mail, para
a Folha.
Para ele o "MCB é a companhia de balé onde é possível encontrar algo que não se encontra mais no próprio Bolshoi: as
tradições do Bolshoi".
O MCB se apresenta regularmente pelos quatro cantos do
mundo: Chipre, Egito, Estônia,
Alemanha, Hong Kong, Israel,
Japão, Lituânia, Taiwan e Estados Unidos, entre outros.
O grupo conta com 60 bailarinos, com a idade média entre
23 e 26 anos, a maioria formada nas principais escolas da
Rússia, como a Academia Vaganova do Ballet Kirov, a Russian
Academy of Theatre Arts, o
UFA Choreographic Institute e
o Moscow Academy Choreographic Institute.
O acento característico da
dança russa, para Golovanov,
vem do fato de "os grandes
dançarinos russos sempre dançarem com a alma, como se cada dança fosse a última. Quando se vê o balé francês ou britânico, o que impressiona mais é
a precisão dos movimentos, a
técnica -algo que também se
vê na dança russa, é claro, mas
não acima de tudo o mais". O
repertório escolhido para a turnê brasileira dá à platéia "oportunidade de ver a companhia
de vários ângulos. O "Lago do
Cisne" é como um teste para
um grupo ser chamado de balé
clássico. "Don Quixote" é um
balé que permite total liberdade de expressão para a escola
de balé russa. "Romeu e Julieta"
é nossa produção mais recente,
e, na minha opinião, o caminho
para o futuro do balé clássico".
Em sua essência essas peças
"representam, no palco, a vida
com todos seus papéis, ao invés
de só cultivar movimentos perfeitos", diz Golovanov.
"Essa é uma marca característica da nossa companhia,
que une teatro e dança. A composição dramática é expressa
nos gestos, onde cada movimento tem um sentido e ajuda
a desenvolver a história."
"Dom Quixote"
Na temporada paulista o grupo apresentará "Romeu e Julieta" inspirada na tragédia de William Shakespeare (1564-1616).
Na dança, dramas do amor na
tragédia de todos os tempos. E
"Don Quixote", inspirado no
romance de Miguel de Cervantes ("Dom Quixote de la Mancha", de 1615). Para essa remontagem, Golovanov partiu
da versão de Marius Petipa e
das montagens de Alexander
Gorsky e Zakharov.
A dança se modifica com o
passar do tempo: "esses balés,
cada um criado não por uma só
pessoa, são entidades compostas que vêm se desenvolvendo
ao longo de mais de cem anos",
continua o coreógrafo.
Apesar da hierarquia tradicional das montagens da dança
clássica, Golovanov diz que "a
MCB não é uma companhia onde as estrelas e o corpo de baile
existem separadamente. Cada
dançarino é uma estrela, ajudando a compor a maravilhosa
imagem do céu à noite".
ROMEU E JULIETA
Quando: amanhã e qui, às 21h
Onde: Teatro Municipal (pça. Ramos
de Azevedo, s/nš, tel. 0/xx/11/6163-5087)
Quanto: de R$ 50 a R$ 180
DON QUIXOTE
Quando: sex. e sáb., às 21h
Onde: Teatro Municipal (pça. Ramos
de Azevedo, s/nš, tel. 0/xx/11/6163-5087)
Quanto: de R$ 50 a R$ 180
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