São Paulo, sábado, 24 de outubro de 1998

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O ARQUITETO
Mendes da Rocha vê "ação exemplar'

da Reportagem Local

Professor titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, o arquiteto Paulo Mendes da Rocha projetou o MUBE (Museu Brasileiro da Escultura) e também dirigiu a transformação da Pinacoteca do Estado, reinaugurada neste ano.
Foi convidado pelo comitê de programa de governo para participar da elaboração das propostas de Mário Covas para a cultura. "A maior virtude do plano é uma experiência que brilhou muito nos empreendimentos que encaminhou", disse.
(PD)


Folha - Como o sr. vê o plano de Mário Covas?
Paulo Mendes da Rocha -
É a consolidação do que já vinha sendo feito, como a prioridade para a recuperação de edifícios históricos que estavam abandonados. E também tentar uma vinculação entre educação e cultura, para inculcar nas crianças, nos bancos escolares, a noção de que o mundo é inventado e a criatividade, fundamental.
Folha - Como essa integração entre educação e cultura se dará?
Mendes da Rocha -
Não se trata de fundir as duas secretarias, mas de iniciar uma discussão e fazer um trabalho associado.
Folha - Como fica a questão do "deserto cultural" da periferia?
Mendes da Rocha -
No mundo inteiro, a cultura emana desses espaços. Não é uma idéia boa impor algo de cima para baixo. É preciso favorecer para ela flua bem.
Folha - Mas por que não são prioritárias dentro do programa?
Mendes da Rocha -
Mas elas são, entram sempre em qualquer programa. Eu não sou funcionário do governo, conheço os desejos que existem, não sei qual é a verba da secretaria. Agora, é importante considerar a idéia de ações exemplares nessa gestão.
Folha - Caso fosse convidado, o sr. aceitaria integrar a secretaria?
Mendes da Rocha -
Não é minha forma de agir, nem tenho experiência. Faço melhor fora.



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