São Paulo, sábado, 24 de outubro de 1998

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CINEMA
Filmagens devem começar "nos primeiros dias do ano 2000'
Longa de Ivan Cardoso será produzido por Roger Corman

PAULO SANTOS LIMA
free-lance para a Folha

O papa financiará o vampiro. O cineasta norte-americano Roger Corman, o mestre mundial do cinema B, irá produzir o novo filme de Ivan Cardoso, "Amazônia Misteriosa".
Radiante, Cardoso disse à Folha da Espanha (onde participou do Festival de Sitges), que Corman não só disse sim à produção do longa como precisou detalhes sobre o orçamento (US$ 3 milhões) e início das filmagens nos "primeiros dias do ano 2000".
"Rod Steiger, Joe Dante e tantos outros cineastas estavam em Sitges e, quem reencontro? Corman, o papa do cinema trash, do cinema inventivo norte-americano. Sua confirmação me alegrou muito, pois Roger conhece o mercado externo, onde meu filme terá espaço", disse Cardoso.
O filme será falado em inglês e tem acertadas as participações de Paul Naschy (ator espanhol que mais fez papéis de lobisomem no cinema), Cristina Mortágua e Tony Tornado. Há chances de escalação de um ator americano.
Graças a Corman, o "terrir" (recriação jocosa dos filmes de terror) de Ivan Cardoso chega aos olhos americanos e europeus. Ou até mundiais, já que o diretor vem participando de festivais da Coréia ao Havaí.
O cineasta carioca, homenageado mês passado no Festival de Helsinque (Suécia), conheceu Roger Corman no Rio de Janeiro, em 94. "Adoramos Porsches conversíveis, aproveitei a chance e lhe mostrei a cidade numa volta com meu carro, falando também sobre meu projeto."
Corman, diretor de filmes como "O Homem dos Olhos de Raio X", com Ray Milland, e "A Pequena Loja dos Horrores", com Jack Nicholson, impôs um cinema de baixo orçamento mas extremamente criativo, usando fórmulas de gênero, ou seja, humor, suspense, violência, ação e sexo.
Não à toa, o protagonista de "Amazônia Misteriosa" chama-se Scott Corman, uma franca homenagem. Também não deixa de ser uma reverência ao cinema popular americano esta adaptação de uma obra de Gastão Cruls, de 1922, em que um grupo de nazistas se perde na Amazônia e escraviza um grupo de guerreiras amazonas.
"Não voltei ao acústico. Sou assumidamente pop, Bob Dylan e Jimmy Hendrix", brinca Cardoso.



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