São Paulo, segunda, 24 de novembro de 1997.




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Para os náufragos

HELOISA SEIXAS
Quando vivia em sua fazenda na África, a escritora Isak Dinesen aguardava ansiosa a chegada dos livros que encomendava da Inglaterra. Depois começava a lê-los bem devagar -sabendo que seriam seus únicos livros, durante meses. "Torcia para que os escritores tivessem dado tudo de si ao escrevê-los." Acho que, por causa disso, ela própria escrevia assim: sem pressa, detendo-se nos detalhes, que encharcava de sonhos, devaneios, fantasias. Entregava-se completamente em cada linha -como se esperasse ser lida por um náufrago, perdido numa ilha deserta.



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